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Vivendo o Essencial

Dependendo da Graça

Se fosse para você escolher um momento específico de sua vida para Deus estar, qual momento seria? Apenas um momento, um acontecimento, que Deus estivesse ali ao seu lado, que momento seria esse e por quê?

Eu lembro de alguns momentos que precisei muito de Deus ao meu lado. Um deles foi uma das vezes em que quase me afoguei em um rio (digo uma das vezes por houveram outras).

Meu pai, minha mãe, meu irmão e eu costumávamos ir nos domingos à tarde nos refrescar nos rios da cidade onde morávamos. Numa dessas vezes, um domingo à tarde, fomos em uma parte do rio que ainda não conhecíamos. Eu, com minha atitude orgulhosa e autossuficiente, decidi correr para chegar primeiro na água. No entanto, quando pulei dentro do rio não consegui firmar meus pés pois, o lugar era profundo, foi ai que comecei a me afogar.

Eu lembro da imagem. Eu subindo e descendo na água umas três vezes e gritando por socorro, meu pai, chegando perto de mim, olhou para a minha situação e disse: “nada agora, você não queria chegar primeiro?”.

Nisso ele pegou em minha mão e me tirou de lá, olhou pra mim e disse: “aprende a não correr na frente, vê se espera por nós”. Que lição! Nunca mais sai correndo para me jogar em águas que eu não conhecia. Se eu tivesse sozinha eu teria me afogado bem ali, mas meu pai com seu braço forte me tirou da água e me ensinou a ficar ao seu lado, ao invés de correr sozinha para o perigo.

Quantas vezes nós agimos assim com Deus! Agindo na vida como se não precisássemos dele, como criaturas autossuficientes, com toda confiança e autoridade, então, começamos a afundar. Vem os sofrimentos, os dilemas da vida, os momentos difíceis e, só então, nos lembramos do Pai, e queremos que ele segure nossa mão e nos livre daquela situação!

Quantas vezes nós caminhamos por conta própria, vivemos a vida longe de Deus, apenas buscando a Deus quando achamos necessário. Queremos um Deus que nos sirva nos momentos difíceis nos abençoando, mas deixamos ele de lado quando está tudo bem e queremos fazer nossa própria vontade.

Te convido a voltar ao livro de Daniel, para olharmos como Deus ensinou um rei autossuficiente a compreender que na verdade tudo que ele possuía, tudo que ele conquistara, só foi possível porque Deus assim permitiu.

“O rei Nabucodonosor, aos homens de todas nações, povos e línguas, que vivem no mundo inteiro: Paz e prosperidade! Tenho a satisfação de falar-lhes a respeito dos sinais e das maravilhas que o Deus Altíssimo realizou para mim. Como são grandes os seus sinais, como são poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino eterno; o seu domínio dura de geração em geração. Eu, Nabucodonosor, estava satisfeito e próspero em casa, no meu palácio. Tive um sonho que me deixou alarmado. Estando eu deitado em minha cama, os pensamentos e visões que passaram pela minha mente deixaram-me aterrorizado. Por isso decretei que todos os sábios da Babilônia fossem trazidos à minha presença para interpretarem o sonho para mim. Quando os magos, os encantadores, os astrólogos e os adivinhos vieram, contei-lhes o sonho, mas eles não puderam interpretá-lo. Por fim veio Daniel à minha presença e eu lhe contei o sonho. Ele é chamado Beltessazar, em homenagem ao nome do meu deus; e o espírito dos santos deuses está nele”. Daniel 4:1-8

 

O contexto:

Nabucodonosor agora relata o que passou, o que sofreu “na própria pele” para aprender sobre a autoridade e sabedoria de Deus. Ele conta sobre uma experiência que passou e que o fez entender sua fragilidade, sua pequenez e, vendo isso, ele aprendeu a reconhecer a grandeza de Deus.

Deus revelou mais uma vez através de um sonho sua vontade a Nabucodonosor. Daniel foi o único capaz de interpretar o sonho. Como servo de Deus e profeta, Daniel é chamado para anunciar ao rei o juízo de Deus, mas não um juízo para mera destruição e sim para a transformação, para arrependimento!

Interessante que Deus não dá esses sonhos a Daniel para então ele revelar ao rei, pois se assim fosse muito possivelmente o rei não acreditaria em Daniel. Deus dá o sonho a Nabucodonosor e ele chama Daniel para interpretá-lo.

Ao ouvir o sonho de Nabucodonosor, Daniel fica amedrontado, cheio de pavor pela interpretação do Sonho. Afinal, Daniel sabia que Deus havia dado uma palavra de juízo a ele.

No sonho basicamente o rei vê o seguinte: Uma enorme árvore plantada no centro da terra, árvore tão grande e cheia de vida que alimentava toda a terra. Ela era majestosa, cheia de frutos e dava proteção e alimento a todos que dela se alimentavam.

A interpretação de Daniel explica a Nabucodonosor o que Deus estava lhe mostrando:

“A árvore que viste, que cresceu e ficou enorme, e a sua copa encostava no céu, visível em toda a terra, que também tinha belas folhas e muitos frutos, na qual havia alimento para todos, abrigo para os animais do campo, e morada para as aves do céu nos seus galhos, és tu, ó rei! Tu te tornaste grande e poderoso, pois a tua grandeza cresceu até alcançar o céu, e o teu domínio se estende até os confins da terra. "E tu, ó rei, viste também uma sentinela, o anjo que descia do céu e dizia: ‘Derrubem a árvore e destruam-na, mas deixem o toco e as suas raízes, presos com ferro e bronze; fique ele no chão, em meio a relva do campo. Ele será molhado com o orvalho do céu e viverá com os animais selvagens, até que se passem sete tempos’. "Esta é a interpretação, ó rei, e este é o decreto que o Altíssimo emitiu contra o rei, meu senhor: Tu serás expulso do meio dos homens e viverás com os animais selvagens; comerás capim como os bois e te molharás com o orvalho do céu. Passarão sete tempos até que admitas que o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer. A ordem para deixar o toco da árvore com as raízes significa que o teu reino te será devolvido quando reconheceres que os Céus dominam”. Daniel 4:20-26

 

Que grande desafio Daniel teve, ele trouxe uma palavra de juízo, apontou o pecado, revelou as consequências que viriam, consequência da soberba e do orgulho do rei. Diante dessas notícias Daniel dá um conselho ao rei:

“Portanto, ó rei, aceita o meu conselho: Renuncia a teus pecados e à tua maldade, pratique a justiça e tenha compaixão dos necessitados. Talvez, então, continues a viver em paz". Daniel 4:27

Nabucodonosor é chamado ao arrependimento, a mudança de vida, a sair do centro de sua vida e permitir que Deus tome o seu lugar, que Deus seja Deus na vida do rei. Mas o profeta não pode obrigar o rei, ele apenas pode advertir, a decisão cabe ao rei.

Vamos ver então a decisão do rei:

“Tudo isso aconteceu com o rei Nabucodonosor. Doze meses depois, quando o rei estava andando no terraço do palácio real da Babilônia, disse: "Acaso não é esta a grande Babilônia que eu construí como capital do meu reino, com o meu enorme poder e para a glória da minha majestade? " As palavras ainda estavam nos seus lábios quando veio do céu uma voz que disse: "É isto que está decretado quanto a você, rei Nabucodonosor: Sua autoridade real lhe foi tirada. Você será expulso do meio dos homens, viverá com os animais selvagens e comerá capim como os bois. Passarão sete tempos até que admita que o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer". A sentença sobre Nabucodonosor cumpriu-se imediatamente. Ele foi expulso do meio dos homens e passou a comer capim como os bois. Seu corpo molhou-se com o orvalho do céu, até que os seus cabelos e pêlos cresceram como as penas de uma águia, e as suas unhas como as garras de uma ave”.Daniel 4:28-33

Mais uma vez Nabucodonosor se gloria, se orgulha de si mesmo, de todas as suas conquistas. Ele age como se tudo isso fosse apenas obras de suas mãos. Então, o sonho do rei se realiza e ele perde tudo o que tinha, posses, poder, glória, até mesmo sua consciência de quem era e passa a viver como um animal.

Por sete períodos de tempo o rei baixa a guarda, come capim com os animais, fica em posição de humilhação. Ele é derrubado de seu ‘pedestal’ próprio até entender quem realmente tem soberania sobre todas as coisas. Ao final desse período, ele novamente levanta seus olhos e recobra sua consciência, nesse momento vemos que Nabucodonosor entende tudo aquilo que Deus havia feito e quem ele é:


“Ao fim daquele período, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, e percebi que o meu entendimento tinha voltado. Então louvei o Altíssimo; honrei e glorifiquei aquele que vive para sempre. O seu domínio é um domínio eterno; o seu reino dura de geração em geração. Todos os povos da terra são como nada diante dele. Ele age como lhe agrada com os exércitos dos céus e com os habitantes da terra. Ninguém é capaz de resistir à sua mão nem de dizer-lhe: "O que fizeste? " Naquele momento voltou-me o entendimento, e eu recuperei a honra a majestade e a glória do meu reino. Meus conselheiros e nobres me procuraram, meu trono me foi restaurado, e minha grandeza veio a ser ainda maior. Agora eu, Nabucodonosor, louvo e exalto e glorifico o Rei dos céus, porque tudo o que ele faz é certo, e todos os seus caminhos são justos. E ele tem poder para humilhar aqueles que vivem com arrogância”. Daniel 4:34-37

Lembro novamente do episódio da minha tentativa de correr à frente dos meus pais sozinha, para chegar ao rio primeiro que eles. Quantas vezes nós agimos assim com Deus, vivemos nossa vida colocando nossa vontade no centro, querendo correr por conta própria, sozinhos, então, caímos e começamos a nos afogar, nos desesperamos e esperamos que uma mão, um braço forte, nos tire do nosso desespero.

Nabucodonosor reconheceu sua fraqueza e pequenez e confessou a majestade e soberania de Deus. Ele viu o braço estendido de Deus ao seu encontro que o tirou do centro do seu eu, seu orgulho, e mostrou sua fragilidade. Então, o rei pode voltar ao lugar onde Deus o colocara, onde ele o chamou para servir, como um rei que cuida de seu povo!

Essa história é também o convite de Deus a você e a mim para segurarmos a mão forte do nosso Deus e confiar Nele! É o chamado para sairmos do centro de nossas vidas e deixar Deus assumir o seu lugar, o centro, com toda autoridade e soberania de que lhe é devido!

Erga seus olhos e veja Jesus na cruz de braços abertos te acolhendo em seus braços! Levante seus olhos e segure a mão de Cristo que te protege, renova a força e lhe mostra seu maravilhoso amor!

Perguntas para a Edificação: 

1 Como é sentir o abraço de Deus? É algo que você já experimentou? 

2 Para onde você tem caminhado? Para os braços de Deus ou para longe deles?