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Vida na Vida

“Outra ainda caiu em boa terra, germinou, cresceu e deu boa colheita” Mc 48

Você já explicou algo a uma criança nos mínimos detalhes e, no fim, perguntou a ela: “entendeu?” ela responde: “sim”; então, na sequência ela faz tudo completamente diferente do que você disse?

Ou ainda, já falou algo pra alguém e essa pessoa te ouviu, entendeu o que você disse e mais, concordou com você dizendo: “é isso mesmo, você está certo”, mas essa pessoa não vivenciou nada daquilo? Quando chegou a hora de praticar foi como se ela tivesse apagado tudo que você disse?

Quantas vezes somos assim. Quantas vezes sabemos o que fazer, sabemos o que é certo, sabemos qual a vontade de Deus inclusive para nossa vida, mas fazemos tudo ao contrário. Porque não nos preocupamos com o amanhã, achamos que temos todo o tempo do mundo, e quando nos deparamos com um grande não, com um grande sofrimento, paramos e pensamos: O que estou fazendo?

O problema temos uma memória muito curta. Dias depois esquecemos novamente essa pergunta e continuamos nossas vidas nos esquecendo de tudo aquilo que Deus fez por nós.

É assim que percebo a relação da igreja com o discipulado durante toda a história do cristianismo. Jesus veio, ensinou, mostrou na prática, sentou e explicou, vivenciou momentos alegres e tristes com seus discípulos, nos conduziu por sua vida para aprendermos como lidar com tudo isso e lá no fim ele olhou para cada um de nós e disse: “pois bem, entenderam?” “e nós respondemos: “sim, Jesus entendemos” então ele diz: “então, agora é com vocês, assim como eu fiz com vocês vão e façam discípulos de todas as nações, ensinem, batizem, vão!” E quando vamos fazemos o contrário!

Esquecemos o discipulado

Por que será que isso acontece conosco? Por que será que ao longo da história do cristianismo o discipulado intencional que transforma vidas profundamente foi deixado de lado? O discipulado que ensina a lidar com o sofrimento e com a dor, que gera esperança e colo? Por que sempre precisamos falar de discipulado? Será que ainda não aprendemos?

Onde está o erro? Onde temos falhado Jesus, como sua igreja?

Vamos olhar para a Bíblia e tentar entender isso a partir de nossas vidas. Olha pra quem você é, olha para o seu processo de discipulado, olha quem você é hoje, não o que você já viveu de bom no passado, mas o que fez você ser quem é hoje e para onde você deseja caminhar, o que Deus está queimando em seu coração?

Texto Bíblico: Marcos 4.1-10

“Novamente Jesus começou a ensinar à beira-mar. Reuniu-se ao seu redor uma multidão tão grande que ele teve que entrar num barco e assentar-se nele. O barco estava no mar, enquanto todo o povo ficava na beira da praia. Ele lhes ensinava muitas coisas por parábolas, dizendo em seu ensino: "Ouçam! O semeador saiu a semear. Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e as aves vieram e a comeram. Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. Mas quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz. Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas, de forma que ela não deu fruto. Outra ainda caiu em boa terra, germinou, cresceu e deu boa colheita, a trinta, sessenta e até cem por um". A seguir Jesus acrescentou: "Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!"

Por que Jesus contava por parábolas?  Parábolas são histórias com elementos conhecidos da época. A parábola do semeador, por exemplo, trás um contexto do dia-a-dia daqueles que estavam ouvindo ali, afinal muitos trabalhavam no campo.

Qual é a grande questão de estudar essa parábola?  

Ao ler a parábola nós logo nos vemos como uma terra fértil, um coração pronto para receber a Palavra. Será mesmo? Será que somos pessoas que se deixam moldar pelo agir de Deus em cada momento da vida? Será que estamos dispostos a isso?

Vamos olhar um pouco para esses solos e seus significados:

Beira do Caminho: Um solo duro, socado e pisado; difícil de ser mexido; sem nutrientes;

É um coração endurecido, coração amargurado, transtornado, fechado para o amor de Deus. Que até possibilita ouvir a Palavra, mas não permite transformação, continua do mesmo jeito de quando chegou. Esse é o coração que precisa ser Evangelizado, que ainda não aceitou a Cristo, ainda não foi transformado pelo amor;

Pedras: Onde tem pedra é ruim de mexer; as pedras quando tentamos cavoucar machucam quem está ali mexendo, corta, dói, sem falar que tem pouca terra, e onde tem pouca terra a planta não lança raízes fortes, a planta fica fraca e morre com muita facilidade.

Esse é o coração que até se permite receber a palavra, recebe com alegria, com empolgação, mas da mesma forma que se empolga na Palavra de Deus se empolga com o mundo, muda de uma hora pra outra. É o coração que não quer compromisso, que assim como a planta que não lança raízes profundas, é o coração que não se firma na Palavra e logo se desvia de tudo aquilo que ouviu.

Esse é o cristão por conveniência: é cristão apenas quando lhe convém, se surge algo melhor então larga facilmente e parte pra outra, pois ainda não compreendeu. São aqueles que não assumem o compromisso do discipulado, porque não dá tempo, é demais e tem para isso razões e convicções das mais diversas;

Espinhos: O terreno espinhoso é aquele que deixa as pessoas se aproximarem e até as recebe, mas o tempo passa e então começa a aparecer os espinhos que tinham sido lançados ali. Os espinhos crescem mais do que a semente plantada, e eles sufocam aquela semente.

Esse é o coração que deseja, que vive um processo de conhecer a Cristo e inicia a caminhada do discipulado, no entanto, quando começam os grandes desafios dessa caminhada, quando o discipulado começa a chegar nas feridas, nas amarguras, nas dores, ou quando enfrentam grandes sofrimentos e desilusões, eles não resistem e suas dores e mágoas se sobressaem, elas se fecham e deixam o discipulado. São sufocadas!

Então vem a Terra fértil: A terra fértil é aquela que foi mexida, revirada e tratada de várias maneiras até ficar pronta para crescer e frutificar. Para uma terra ser fértil ela precisa ser trabalhada. Cavoucada, mexida e revirada; Adubada; É preciso tirar todo mato dali, arrancar fora tudo que atrapalha; precisa ser regada constantemente; Precisa ter sol;

A terra fértil precisa de cuidado constante, de água e adubos. Precisa ser renovada constantemente, se assim não for ela deixa de ser terra fértil.

Esse é o coração atento, que se deixa ensinar, o coração que ouve atentamente a palavra e permite que ela mostre o seu pecado. Um coração que olha pra si mesmo, para suas próprias falhas e não para a dos outros. Um coração que é nutrido constantemente pela palavra de Deus, que não sai da presença de Deus, pois sabe que sem ele não é possível.

Esse é o coração que crê em Jesus e diz sim para o discipulado, que se permite sentir dores e sofrimentos, pois ele sabe que no sofrimento Deus trabalha. Um coração que permite arrancarem dele tudo que não agrada ao  Pai, toda mágoa, todo comportamento malicioso, toda culpa, toda mentira, toda falta de caráter.

Um coração que vive o processo de discipulado até o fim da vida!

Esse é o convite de Jesus pra você hoje. Um convite para você reorganizar sua vida toda segundo a vontade de Deus e não a sua, um convite para ser trabalhado como boa terra, sabendo que esse trabalhar não termina quando se colhe os primeiros frutos, pois para continuar produzindo frutos a terra precisa sempre de novo ser cuidada.

Esse convite é de puro amor! É o melhor!

Perguntas para a edificação:

Como você lida com os grandes problemas e feridas da sua vida? 

Como é pra você discutir temas difíceis e pessoais?

O convite de Jesus é para que nos tornemos boa terra, você deseja isso? Se sim, o que precisa ser trabalhado para que você seja boa terra? (Exmplo: mágoas, perdão, traumas, divórcio, percas, morte, idolatria, ego, orgulho, covardia, conversão, entrega)