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Em meios aos dilemas: O Tempo

A vida possui seus dilemas... Dilemas para nós que buscamos uma resposta e, por vezes, não encontramos. Que queremos vencer algo e não conseguimos.

Semana passada falamos da DOR. Esse dilema que chega sem avisar e causa danos, mágoas e feridas, mas também aprendizados e fortalecimento.

Hoje vamos falar de outro dilema. Vamos falar daquele que todos recebem em igual quantidade, uns reclamam ter demais e a maioria diz ter de menos.

O tempo!

Algo que não podemos explicar, nem mesmo alterar, mas que parece que está cada vez mais ágil, afinal já estamos finalizando o mês de maio, com a impressão de que 2020 apenas começou.

Quantas e quantas vezes você já disse a uma criança: eu não tenho tempo! Quantas vezes já disse a um idoso: quando der tempo! Quantas vezes já disse a um amigo: a se eu tivesse tempo pra ir te visitar, pra te reencontrar! Quantas vezes já pensou: se eu tivesse dedicado mais tempo quando era jovem!

Enquanto reclamamos e brigamos com o tempo a vida vai passando, pessoas se afastam, amizades são esquecidas, crianças tornam-se adultas e enterramos nossos idosos. Não apenas os idosos, mas enterramos aqueles que terminaram o seu tempo aqui na terra.

O tempo não faz conosco negociações, nós não podemos mudá-lo. Na verdade ele é um presente dado a todos de igual forma. Em que sentido? Se você acordou hoje é porque ontem você teve 24 horas para viver, assim como todos que estão vivos hoje. A quantidade de horas é a mesma.

Sabemos que o mundo tem corrido demais e que muitos tem falado: eu não posso, não tenho tempo. Aprender a lidar com o tempo que recebemos é uma façanha que poucos buscam, pois, via de regra, vivemos a vida sem refletir com o que ou com quem estamos ocupando o tempo.

Pra iniciar essa reflexão convido a abrirmos nossas Bíblias em Eclesiastes 1.1-11

“As palavras do Mestre, filho de Davi, rei em Jerusalém: "Que grande inutilidade! ", diz o Mestre. "Que grande inutilidade! Nada faz sentido! "O que o homem ganha com todo o seu trabalho em que tanto se esforça debaixo do sol? Gerações vêm e gerações vão, mas a terra permanece para sempre. O sol se levanta e o sol se põe, e depressa volta ao lugar de onde se levanta. O vento sopra para o sul e vira para o norte; dá voltas e mais voltas, seguindo sempre o seu curso. Todos os rios vão para o mar, contudo o mar nunca se enche; ainda que sempre corram para lá, para lá voltam a correr. Todas as coisas trazem canseira. O homem não é capaz de descrevê-las; os olhos nunca se saciam de ver, nem os ouvidos de ouvir. O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo debaixo do sol. Haverá algo de que se possa dizer: "Veja! Isto é novo! "? Não! Já existiu há muito tempo; bem antes da nossa época. Ninguém se lembra dos que viveram na antigüidade, e aqueles que ainda virão tampouco serão lembrados pelos que vierem depois deles”.

Aqui está uma reflexão, um sentimento de Salomão, o mais sábio, rico e poderoso rei de Israel. O homem que teve tudo o que desejou. Homem que pediu a Deus sabedoria e a teve. Salomão que viveu sua vida intensamente chega a dado momento e, olhando pra sua história, para o tempo gasto, se depara com dilemas, com falta de sentido, com um tempo que já foi e não volta mais.

Podemos afirmar que Salomão foi um homem próspero e abençoado, que viveu seu tempo sobre a terra com grande alegria. Mas então por que ele diz: "Que grande inutilidade! ", diz o Mestre. "Que grande inutilidade! Nada faz sentido!”

Salomão entendeu que muito nessa vida não faz sentido. Olhando para o tempo vivido, para os acontecimentos, para tudo que passou e que ainda passava diante dos seus olhos, Salomão parece estar perdido.

No entanto, ao final do livro de Eclesiastes vemos que a vida de Salomão o levou a uma conclusão. No capítulo 12 verso 13 lemos assim: “Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e guarde os seus mandamentos, pois isso é o essencial para o homem”. Em meio a tantos dilemas que a vida trouxe, tantos pensamentos, a conclusão de Salomão sobre o que de fato é essencial é: “tema a Deus”; “guarde seus mandamentos”

Salomão refletiu sobre o tempo. Ele chegou à conclusão de que há tempo pra tudo nessa vida, pra cada coisa e cada acontecimento há o seu devido tempo. Mas que esse tempo que temos só faz algum sentido quando Deus está no centro dele, quando nosso tempo é entendido como tempo para servir a Deus e viver aquilo que ele nos ordenou.

De nada vale acumular riquezas, fazer a cada fim de semana um novo churrasco e uma nova festa. Não adianta ter momentos felizes, esses momentos passam e o tempo passa. Não adianta ser importante, não adianta se lamentar, ficar murmurando em redes sociais, pois, enquanto fazemos essas coisas o tempo continua a passar.

Eu te pergunto: Quando chegar o fim, qual será a sua conclusão?

             - Eu desperdicei meu tempo!

             - Eu nunca tive tempo!

             - O tempo passou rápido demais! Eu queria ter mais tempo.

Não é você quem decide o tempo que tens, mas você pode administrar o tempo que lhe foi dado.

Já refletiste sobre isso? Já perguntaste a Deus como usar o seu tempo pra fazer a vontade Dele? O tempo que você tem pode acabar a qualquer instante e isso não deve gerar medo ou angustia, mas gratidão pelo tempo vivido e sabedoria diante do tempo que tens agora.

Vamos agora perceber como se dá a temática do tempo para Deus. Você já se perguntou como é o tempo para Deus?

Lá em 2Pedro 3.8 temos essa resposta: “Não se esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia”.

Nós estamos presos ao tempo e não podemos adicionar nem mesmo tirar nada dele. Para nós, então, o tempo é um absoluto. No entanto, para Deus podemos dizer que ele é relativo, afinal Deus não está sob esse tempo, podemos dizer que ele está acima do tempo.

O Senhor do tempo

Deus é Senhor também sobre o tempo, ele está no passado no presente e no futuro, ele era, é e será. Sempre foi e sempre será Senhor e autor do tempo. Deus não está preso ao tempo cronológico. Ele é eterno e em sua eternidade ele se encontra em todos os tempos: passado, presente e futuro.

O tempo pode ser para nós uma ameaça se não temos esperança. Uma ameaça por que ele simplesmente passa, não tem pausa e não diminui seu ritmo, podemos até dizer, como muitos tem dito: ele está passando cada vez mais rápido!

Mas não, ele não é uma ameaça, mas sim um presente, uma dádiva. Seja ele curto, muito curto ou longo, muito longo. Uma dádiva de Deus! E qual é o tempo que Deus tem pra nós? Que ele quer pra nós? A eternidade!

No filme que recomendamos para assistir na semana passada “Beleza Oculta” o personagem principal se debate com o tempo, pois em sua compreensão o tempo tirou dele sua filha. E em uma possível conversa com o tempo surge a seguinte frase:

“tempo, dizem que você cura todas as feridas, mas não dizem como vocês destrói tudo de bom no mundo, como você transforma beleza em cinzas”.

Por isso o tempo pode sim ser um dilema hoje, um dilema e uma angustia pra quem vive seus dias sem querer pensar no amanhã. Pra quem vive seus dias longe do Senhor do tempo. O tempo é um dilema para aqueles que têm medo da morte e que sempre querem mais tempo. O tempo é um dilema para o pai que só vê o seu filho à noite dormindo; o tempo é um dilema para o jovem que precisa decidir o que fazer da vida; o tempo é um dilema para a mulher que se preocupa com as rugas surgindo em seu rosto; o tempo é um dilema para a criança que quer crescer logo e ser adulta.

Mas o tempo é uma dádiva maravilhosa pra quem sabe que Deus nos deu todo o tempo, nos deus a eternidade em Jesus. O tempo é uma alegria e não um medo pra quem sabe que o filho está bem e que mesmo dormindo pode olhar seu rostinho e dizer que o ama; o tempo é um presente para quem olha pra morte e diz: “morrer é lucro”, pois Cristo já morreu por mim; o tempo é felicidade pra quem olha as rugas e diz: olha só quanto tempo já vivi, o quanto já experimentei; o tempo é lindo pra criança que se balança até cansar e brinca até escurecer; o tempo é maravilhoso pra quem descobriu que o amor invadiu o tempo tornando ele só mais uma etapa e morrendo na cruz, nos trouxe o tempo eterno.

Jesus fez parte desse tempo e pra muitos ele teve pouco tempo, afinal 33 anos, ele tinha toda uma vida pela frente, não é mesmo? Mas ele tem! Pois Ele está vivo! Em três anos ele falou tudo o que precisava falar, ensinou quem precisava ensinar. E seu tempo aqui conosco acabou, então ele voltou ao pai, onde o tempo não tem fim, onde o amor habita e onde ele nos prepara lugar.

Deus não está sujeito ao tempo, ele não se preocupa com horas e dias, pois ele é sim eterno. E ele nos diz para parar de se preocupar tanto assim com o tempo e passar a viver a dádiva que ele nos dá:

“E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus nos chamou à sua eterna glória, depois de havemos padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoe, confirme, fortifique e estabeleça”. 1 Pedro 5:10

Hoje é um novo tempo!

É tempo de entregarmos nossas vidas ao amor que invadiu o tempo, a Jesus que morrendo na cruz inaugurou o tempo eterno, nos abrindo caminho para a Vida Eterna com o Pai.

A dor e o tempo são dilemas que nos causam perguntas. No entanto, isso não precisa nos assustar, não precisa dar medo nem angustiar, ao contrário, levamos esses dilemas aos pés da cruz, diante de Jesus, aquele que passou por esses dilemas e os venceu.

Assim deixo duas questões para que você de fato reflita: o tempo aqui de fato é curto, vamos aprender a administrá-lo com sabedoria, vamos usar nosso tempo para honrar e glorificar a Deus. E a outra questão, quando nosso tempo acabar, que nós possamos nos reencontrar no Tempo do Senhor, na eternidade, que isso seja certeza em seu coração e que isso te traga nova esperança todos os dias!

“Em relação ao tempo, vamos parar de murmurar e reclamar e começar a agradecer e a glorificar!”