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Família: palavras de benção ou maldição?

“Do fruto da boca enche-se o estômago do homem; o produto dos lábios o satisfaz. A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto”. Provérbios 18:20-21

Você já refletiu sobre o poder e a força de uma palavra? Talvez, o nosso tempo não leve palavras tão a sério assim. Nós gostamos de brincar, de fazer piadas e rir, fazemos fofocas, falamos mal do outro, xingamos, como se isso não fizesse mal nenhum.

Usamos palavras torpes e destrutivas em redes sociais, contamos mentiras a respeito de nós mesmos, falamos o que desejamos, sem pensar na verdade por detrás daquelas palavras.

Para você e para mim, para o nosso tempo, talvez as palavras não tenham tanto peso assim, por isso, falamos tanta besteira sem problema algum, mas para Deus uma palavra falada tem peso e força. Biblicamente as palavras são levadas muito a sério. E para Deus o peso e a força das palavras é o mesmo, não mudou, por isso, precisamos repensar o que falamos diante do conceito bíblico sobre a força das palavras.

Dentro do nosso lar

Falando no âmbito familiar, quais são as palavras que têm sido professadas dentro do seu lar? Como você se dirige as pessoas da tua casa e da tua parentela? Quais palavras você usa com seu cônjuge, com seus filhos, com seus pais ou com seus irmãos?

Nós gostamos de mostrar que somos uma boa família cristã e evangélica no domingo no culto, mas quando chegamos em nossa casa é como se tirássemos a roupa de culto, mostrando quem realmente somos. Com uma boca por onde saem palavras que matam, que ofendem, palavrões, gritarias, raiva, resumindo: palavras de maldição.

O versículo acima nos lembra: “A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte”.

Que forte isso! Pais, vocês sabiam que as palavras que vocês falam aos seus filhos tem poder sobre a vida deles? Que essas palavras podem gerar benção ou maldição sobre a vida dos seus filhos?

A bíblia nos mostra como Deus leva muito a sério as palavras proferidas sobre a vida de outra pessoa, principalmente as palavras que são de pessoas que exercem autoridade sobre a vida do outro. Temos muitos exemplos na Bíblia, mas hoje quero ler com vocês o exemplo de Jacó com seus netos Efraim e Manassés.

“Quando Israel viu os filhos de José, perguntou: "Quem são estes? " Respondeu José a seu pai: "São os filhos que Deus me deu aqui". Então Israel disse: "Traga-os aqui para que eu os abençoe". Os olhos de Israel já estavam enfraquecidos por causa da idade avançada, e ele mal podia enxergar. Por isso José levou seus filhos para perto dele, e seu pai os beijou e os abraçou. E Israel disse a José: "Nunca pensei que veria a sua face novamente, e agora Deus me concede ver também os seus filhos! "Em seguida, José os tirou do colo de Israel e curvou-se, rosto em terra. E José tomou os dois, Efraim à sua direita, perto da mão esquerda de Israel, e Manassés à sua esquerda, perto da mão direita de Israel, e os aproximou dele. Israel, porém, estendeu a mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, embora este fosse o mais novo e, cruzando os braços, pôs a mão esquerda sobre a cabeça de Manassés, embora Manassés fosse o filho mais velho. E abençoou a José, dizendo: "Que o Deus, a quem serviram meus pais Abraão e Isaque, o Deus que tem sido o meu pastor em toda a minha vida até o dia de hoje, o Anjo que me redimiu de todo o mal, abençoe estes meninos. Sejam eles chamados pelo meu nome e pelos nomes de meus pais Abraão e Isaque, e cresçam muito na terra". Gênesis 48:8-16

O Antigo Testamento tem vários relatos de bençãos e maldições professadas sobre a vida de alguém. Nesse relato que lemos, Jacó (aquele que roubou a benção de seu irmão mais velho) muitos anos depois, após ter passado por muito aprendizado e ter sido lapidado por Deus, agora abençoa sua família.

Os primeiros que recebem essa benção são os netos. E olha que interessante, a benção que Jacó professa sobre os netos, é ao mesmo tempo uma profecia, uma revelação daquilo que viria em suas vidas e descendência. O mesmo acontece com cada um dos filhos (que formam as doze tribos) ao receberem as palavras de Jacó. Alguns recebem boas palavras, outros palavras mais duras, que de fato se cumprem sobre suas vidas.

Não é apenas Jacó que tem essa prática, isso era algo comum naquele tempo. Os mais velhos abençoavam a vida dos mais novos. Não como algo corriqueiro e superficial, mas como algo sério e profundo.

No Antigo Testamento a palavra de benção dada por um ancião era levada muito a sério, pois compreendia-se como a palavra de Deus sobre a vida da pessoa. As palavras de um pai para seu filho, de uma mãe, de um avô ou avó, tio ou tia eram palavras que marcavam o futuro daquele que recebia essas palavras.

Olha só que interessante, aqui nessa benção Jacó toma Efraim e Manassés como seus filhos. E dando a eles a benção os torna parte das tribos de Israel. Séculos mais tarde, as doze tribos são formadas pelas famílias dos 10 filhos de Jacó e dos dois netos. Vejam o tamanho da importância dessas palavras que Jacó dá aos netos.

Nós, no entanto, vivemos num tempo em que professamos palavras e não pensamos nas consequências delas para a vida daqueles a quem falamos.

Usamos frases como: “você não vai ser ninguém na vida”; “você é um inútil”; “você não presta”; “o que vai ser de você?”; “você não faz nada direito mesmo”; “um imprestável igual o avô”;

Sem falar nos palavrões e xingamentos; filho da ..... vai tomar..... inútil.... imprestável.... vai se.... burro... idiota.... e daí por diante.

Pai, mãe, avô, avó, tio, tia, adultos, quando vocês falam assim com a criança ou o jovem vocês estão falando palavras de maldição e destruição sobre a vida dele. Vocês estão matando aquele ser amado e criado por Deus, matando o seu coração.

Para você, essas palavras podem ter pouca força, você pode achar que é apenas da boca para fora, para Deus, no entanto, a palavra tem força e poder, se você usa ela para maldição, ela destrói vidas.

“Mas eu digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados". Mateus 12:36-37

Cada um de nós vai prestar contas das palavras que falamos, não apenas os mais velhos, mas também os mais novos. Você jovem e adolescente, quais palavras tem saído da tua boca? Como você fala com os mais velhos? Com seus pais? Seus avós? Seu professor? Uma palavra tem poder e teremos de prestar contas daquilo que saiu da nossa boca, como você tem falado?

Eu me impressiono com as palavras que vejo em nosso tempo. Em todos os âmbitos, dentro dos lares principalmente. Quanta palavra inútil! E não se enganem, nisso aqui também entra o que você fala pelas costas do outro, as palavras que você professa quando o outro não está vendo, palavras que podem destruir alguém, levar a uma depressão, até ao suicídio.

“Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração”. Mateus 12:34

Avalie o que está em teu coração! Não venha se justificar dizendo que as palavras que você diz são só da boca para fora, aquilo que você fala, mostra o que você tem por dentro, mostra do que você está cheio. Não adianta vestir uma máscara de vez em quando tentando mostrar algo, se dentro do teu lar, lá no teu íntimo é bem diferente. Do que o teu coração está cheio?

Quais são as palavras que fazem parte do teu vocabulário? O que você tem falado aos seus filhos? Aos seu pais? Como você trata seus irmãos? Seu cônjuge?

“Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.”

(Efésios 6:4)

Pais vocês têm poder e autoridade para abençoar seus filhos! Criando-os na presença de Deus, ensinando-os a ouvirem a Deus e ter um relacionamento com Jesus, e falando palavras de amor, palavras de bençãos sobre a vida deles.

Mas o que tem ocorrido em nossos dias? Os pais não possuem mais autoridade sobre a vida de seus filhos. Os filhos não demonstram mais amor e obediências aos pais, os motivos são diversos, não vou entrar nisso hoje, mas quero dar dois exemplos disso:

1º O hábito de pedir a benção aos mais velhos. Era um hábito em muitas famílias, que em partes se perdeu, mas eu pergunto se perdeu-se por não se ensinar mais, ou se na verdade, era apenas mais um rito em que os mais novos só pediam por pedir, e os mais velhos só falavam por falar. Quando você dá a benção a alguém, saiba que isso é extremamente sério e importante, você o faz diante de Deus. Assim é também no fim do culto quando recebemos a benção, ela vem do próprio Deus para cada um de nós. Deve ser entendida e recebida com a seriedade e peso que ela tem.  

 2º Exemplo é o casamento: antigamente se escrevia em um convite de casamento: primeiro o nome dos pais dos noivos, depois a frase: convidam para a benção matrimonial de.... então o nome dos noivos.

Sabe por que isso? Porque essa benção matrimonial é dada por Deus, mas também pelos pais, ou por aqueles que cuidaram e educaram os noivos até o momento do casamento. Essa é a última ação que os pais fazem por seus filhos como uma família, porque dali em diante os noivos formam a sua própria família. Os pais continuam com o papel de abençoar, mas agora eles iniciam sua própria família, com a benção da família que os formou e a benção de Deus. Ali no altar pai e mãe estão entregando seus filhos com a benção para constituírem uma nova família diante de Deus.

Agora me diz, quando que isso ocorre hoje? Os pais são meras ilustrações nos casamentos, me parece que só estão ali como figurantes porque precisam fazer parte de uma entrada. Pai e mãe, você tem abençoado seus filhos e ensinado a eles a grande importância da tua benção sobre a vida deles? Ou para eles tanto faz se você o abençoa ou não?

“Com a língua bendizemos o Senhor e Pai e com ela amaldiçoamos os homens, feitos a semelhança de Deus. Da mesma boca procedem benção e maldição. Meus irmãos não pode ser assim!” Tiago 3.9-10

Não adianta bendizer a Deus com louvores ou palavras, e da mesma boca sair xingamentos, brigas, maldições para os de sua casa ou para qualquer pessoa. Ou você abençoa, ou amaldiçoa! Como você tem usado as palavras?

Não se esqueça: Para Deus palavras tem poder, assim como vimos na semana passada que uma promessa feita diante de Deus deve ser levada muito a sério, assim também são as palavras que professamos. Tudo aquilo que sai da nossa boca apenas mostra o que habita em nosso coração.

Por isso, se da tua boca tem saído palavras de maldição, ódio e morte, agora é momento de confessar. Se, por outro lado, você durante a sua vida ouviu, ou ainda ouve, palavras que machucam, palavras que matam, palavras de maldição, Jesus tem todo o poder e autoridade de transformar essas palavras que foram lançadas sobre ti em benção e paz. Você pode agora entregar sua vida a ele e renunciar a tudo que você ouviu e te machucou, pedindo a benção dele sobre sua vida.

Queremos ter esse tempo agora de oração e entrega aqui na frente.

Caso você tenha falado palavras de maldição confesse e peça o perdão de Deus e das pessos a quem você falou.

Caso você ouviu palavras assim e elas ainda te assombram, ainda te doem, ainda te machucam, renuncie isso e peça a Jesus a benção dele sobre sua vida!