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ENTÃO É NATAL

 O que você fez

Quando Fernando Collor de Mello assumiu a presidência do Brasil, em março de 1990, uma das primeiras medidas foi lançar o plano Brasil novo. No entanto, o Plano Collor marcou a história brasileira ao bloquear as contas de poupança e aplicações financeiras que tinham a remuneração atreladas à taxa overnight.                                                         

Conheço uma família que nesse ano do governo Fernando Collor, tinha vendido sua casa e colocado o dinheiro na poupança, pois estavam mudando de cidade e o dinheiro era para comprar outra casa na cidade para qual estavam de mudança. Mas de repente suas vidas viraram ‘de pernas para o ar’, uma bagunça, cheio de incertezas, dúvidas e medos, o que fazer agora. Imagino que nessa época muitas pessoas sofreram o mesmo baque, planos e sonhos frustrados por terem suas poupanças bloqueadas. De um dia para o outro perderam todas as referências, é como se a bússola interna tivesse quebrado e apontasse em uma única direção. “O que fazer agora”? Foi assim que muitos se sentiram.                                                                                                                        

Precisamos entender que mesmo que as coisas fujam ao nosso controle, elas continuam rigorosamente sob o controle de Deus. Cremos no cuidado amoroso de Deus. Ele trabalha para aqueles que nele esperam. Ele governa os céus e a terra e os destinos da nossa vida!

O natal nos conta a história de uma família que teve seus planos mudados completamente e que aprenderam a confiar em Deus e serem conduzidos por ele:

“Foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, mas, antes que se unissem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Por ser José, seu marido, um homem justo, e não querendo expô-la à desonra pública, pretendia anular o casamento secretamente. Mas, depois de ter pensado nisso, apareceu-lhe um anjo do Senhor em sonho e disse: "José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados". Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: "A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe chamarão Emanuel" que significa "Deus conosco". Ao acordar, José fez o que o anjo do Senhor lhe tinha ordenado e recebeu Maria como sua esposa. Mas não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus”. Mateus 1.18-25

O Nascimento de Jesus.                                                                                                                         

O tema central de Mateus nestes versículos é Jesus e o seu nascimento. No entanto, a questão de Mateus não é descrever a dificuldade de se encontrar um lugar para o Rei, tampouco, a questão da manjedoura, a viagem para Belém. Mateus sequer dá muita atenção para o papel de Maria, como no caso de Lucas, ele está disposto a olhar mais para outras pessoas que estão em torno deste acontecimento. Em particular, aqui, ele olhará para José e como ele reagiu ao nascimento de Jesus.

Tudo estava indo bem com José, ele estava noivo com a jovem dos seus sonhos, eles estavam fazendo planos para o futuro. Então José descobre que Maria está grávida, rapidamente o mundo de José entra em colapso. Ele começou a ter medo, dúvidas, insegurança do futuro.

ALGUMAS LIÇÕES PRÁTICAS DESTE TEXTO:

  • Não devemos ter dúvidas, insegurança, quando as coisas parecem inexplicáveis (v. 18):

José ficou com dúvidas porque concluiu que Maria tinha sido infiel. Enquanto José está se preocupando, cheio de dúvidas e medo, Deus estava trabalhando um plano maravilhoso para a sua vida.

Às vezes ficamos deprimidos, porque deixamos de descansar na soberania de Deus. Ele está no controle de tudo. Achamos que o nosso caminho se fechou, achamos que o nosso futuro acabou, achamos que a vida perdeu o sentido e nem sabemos que Deus está trabalho algo novo, glorioso para nos abençoar e nos surpreender.

José estava com dúvidas de Maria ter sido infiel ou imoral, mas nela estava se cumprindo a profecia bíblica de que uma virgem daria à luz ao Messias (Is 7:14).

Os temores de José só viam pela frente uma tragédia, mas Deus estava apontando o cumprimento de uma profecia messiânica. José via um futuro trágico, Deus um caminho cheio de luz. José temia porque não olhava para as circunstâncias na perspectiva de Deus.

José estava inseguro, com dúvidas, porque não compreendia todos os fatos. O que José pensou que era pecaminoso, era sagrado. Maria não era uma noiva infiel, mas uma serva fiel e obediente ao Deus vivo. Seu ventre hospedava não o fruto do pecado, mas a obra do Espírito Santo. Ela carregava no ventre não um filho ilegítimo, mas o Filho de Deus. Ela trazia no seu ventre não o fracasso de um sonho, mas o Salvador do mundo.

  • Não devemos nos preocupar acerca da opinião pública (v. 19): 

José nos ensina que devemos proteger as pessoas, em vez de expô-las ao vexame público, pois ele tinha dois caminhos para lidar com a situação: 

1) Divorciar-se dela publicamente, fazendo sua defesa: Para proteger-se teria que expô-la. Para salvar sua honra, teria que comprometer a honra de Maria. Mas a Bíblia diz que José era homem justo e não queria difamá-la.

2) Deixá-la secretamente: que foi a opção de José. Ele dispôs a sofrer o dano, não queria que Maria tivesse sua reputação destruída por um suposto pecado. Ele temeu o que outros poderiam fazer com Maria, ao tomarem conhecimento dos fatos que ele suspeitava.

A nossa responsabilidade é fazer o que Deus determina que façamos. Quando tememos o que os outros vão pensar de nós, deixamos de fazer o que Deus nos manda fazer. Quando tememos o que os outros vão pensar ou falar nos afastamos das pessoas que mais amamos por causa das nossas suspeitas infundadas.

O temor da opinião pública pode nos manter distantes do melhor de Deus para a nossa vida. José estava a ponto de abandonar Maria e viver sozinho, renunciando seu amor e sua amada. Se ele o fizesse, teria se privado do melhor de Deus para a sua vida. Como nos lembra Provérbios 29.25: “Quem teme os homens arma ciladas, mas quem teme a Deus, descansa”.

Aqueles que estão no centro da vontade de Deus não necessitam temer a reação das pessoas. Você não deve agradar a homens, mas sim a Deus. A voz da multidão, a opinião da massa nem sempre expressa a verdade, muito menos a vontade de Deus.

  • Não devemos ter dúvidas, quando somos assolados pela angústia mental (v. 20): 

José ficou com dúvidas porque sua mente não se desligou do problema, em vez de buscar o esclarecimento dos fatos, ele deve ter pensado no problema continuamente.

Logo depois da visita do anjo Gabriel, Maria viajou para Judéia e lá ficou três meses na casa da prima Isabel. O texto nos dá a entender que Maria guardou em silêncio o que aconteceu. José deve ter ficado em profunda angústia com a viagem misteriosa da sua noiva. Por que viajar agora? Por que tanto tempo? Por que o silêncio? Por que apareceu grávida? O que vão pensar as pessoas? Como ficará sua reputação? O que vão pensar de Maria? Sua mente é um turbilhão, está em crise.

Nossos problemas, às vezes, nos tiram o sono, o apetite. Não conseguimos desligar nossa mente, não conseguimos descansar, não conseguimos racionar direito, ficamos atordoados e confusos.

O que José pensou que poderia trazer a morte, trouxe a libertação da morte. Maria não seria apedrejada, sua reputação não seria destruída, nem seu casamento com Maria acabado. A gravidez de Maria traria a justiça, a salvação de Deus. O Filho de Maria chamar-se-ia Jesus. O salvador do pecado. Ele veio para trazer salvação. Ele veio para estar conosco.

A principal missão de Jesus é salvar. O grande mal do qual Jesus nos salva é o pecado, esta salvação é para todos que creem.

O que José pensou que poderia ser a ruína do nome de Maria, tornou famoso o nome dela, Maria tornou-se a mãe do Salvador. Ela teve o único e sublime privilégio de amamentar o criador do universo, de carregar nos braços aquele que sustenta os céus e a terra, de ensinar os primeiros passos àquele que é o caminho para Deus.

Muitos de nossos temores, dúvidas e incertezas são infundados; devemos substituir os nossos temores pela fé. A dúvida é o oposto da fé, onde ela chega a fé vai embora. Duvidamos porque desviamos os olhos de Deus, deixamos de olhar para vida na perspectiva de Deus, deixamos de confiar que Deus está no controle de tudo.

 

CONCLUSÃO: 

Meus irmãos, nossa igreja tem toda a possibilidade de ser uma igreja que honra a Deus. Temos muitas virtudes, muitos dons, somos, de muitas formas, uma boa igreja. Mas temos um defeito que precisamos claramente corrigir: AINDA SOMOS, NA MAIORIA, UM POVO QUE NÃO SE DOA AO SERVIÇO DE DEUS COM TODO O NOSSO CORAÇÃO.

Muitos de nós, ainda são pessoas que vivem à margem da obediência total. Procuram manter um padrão de vida cristã, mas não se entregam completamente à Deus. Ainda precisamos nos voltar para Deus para o servir de todo o nosso coração, forças, entendimento e alma.

Vamos orar, durantes estes dias que antecedem o final deste ano e vamos clamar que o Senhor conquiste os nossos corações, como prometeu pelo profeta Ezequiel e nos dê um coração da carne, em lugar de pedras endurecidas dentro de nós. Clamemos ao Senhor que coloque em nós a sua palavra, e por seu Espírito nos faz andar nas suas leis e a lhe obedecer e amar plenamente.

Um dos maiores testes é o dia de amanhã. Porque podemos estar como José, em um sono, no qual ouvimos a voz de Deus a falar ao nosso coração. Mas, vamos sair deste lugar e vamos acordar. A questão é: vamos obedecer?

Deus é poderoso para encontrar você também em suas dúvidas, incertezas, insegurança e medos como ele encontrou José e transformar suas angústias em motivo de celebração. Lance sobre o Senhor todas as suas ansiedades. Ele tem cuidado de você! A mensagem do Natal remove de nós o medo e enche o nosso peito de fé e a nossa boca de júbilo.

 

Sugestões de perguntas:

  1. Sobre que assunto da sua vida, Deus precisa lhe dizer: “Não tenha dúvida, não tenha medo” hoje?
  2. A obediência a Deus é o objetivo principal do seu agir? Isto é, é o peso determinante para as coisas que você faz?
  3. A sua obediência é pensando em Cristo como o centro ou no status que ela pode lhe dá perante os homens?