Compartilhe!!!


Discípulos não nascem prontos

 

“Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens”. No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram. Indo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Eles estavam num barco com seu pai, Zebedeu, preparando as suas redes. Jesus os chamou, e eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, o seguiram”.  

Mateus 4.18-22

Jesus tinha uma missão preciosa no momento desse chamado. Missão de escolher homens que fossem capazes de, após a sua morte, continuar pregando o evangelho da salvação. A mesma missão existe hoje para cada um de nós. Cristo está dizendo: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens”.

 Diante disso, será que você tem aceitado o chamado dele em sua vida? Será que você tem honrado essa missão com todas as forças?                                                                                                                                           

Vamos entender

O texto de Mateus acima retrata o chamado de Jesus aos primeiros discípulos. Ele vai em busca de simples pescadores, pois para Jesus o critério não é o preparo acadêmico ou cientifico dos seus seguidores, mas a fé e amor no coração. Aquele que prega ou profetiza por ordem de Cristo, não precisa demonstrar nada, apenas testemunhar a verdade do amor de Deus e a certeza da ressurreição do Senhor.  

A vocação dos primeiros discípulos acontece “junto ao mar da Galiléia” (Mt 18.21).  “O mar da Galiléia” é o lugar no qual vive o povo da Galiléia e ali trabalham. Isto quer nos dizer que o chamado não é feito num ambiente religioso particular, mas ali onde as pessoas verdadeiramente vivem, no seu ambiente de vida cotidiana.

Jesus vai ao encontro do discípulo em sua própria situação concreta. O mestre apresenta a cada um o convite de segui-lo ali onde se encontra, numa situação comum, honesta e honrada como aquela dos primeiros discípulos (dos pescadores) ou então, numa situação desonrada e moralmente difícil como aquela do cobrador de impostos (Mt 9,9). Jesus vai de um ao outro e os chama!

O contexto...

Jesus estava andando nas regiões da Galileia, a beira do mar da Galileia, quando ele vê/observa os dois primeiros irmãos, André e Pedro, nesse momento eles estavam lançando as redes ao mar. Muitos afirmam que Jesus chegou e já chamou aos dois primeiros, mas na verdade não é assim.            Jesus observa a conduta daqueles dois homens que estavam ali, vê o esforço que empenhavam naquela tarefa que estavam realizando.                                                                                                                                    O Mestre já tinha encontrado com André e Pedro antes mesmo dessa ocasião:                                                                                                                “No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos; E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus. E os dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus. E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras? Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima. Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João, e o haviam seguido. Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo). E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro”). João 1.35-42.

André reconhece que Jesus é o Cristo e então apresenta para Pedro. Isso nos mostra que Jesus observa bem antes de realizar o chamado! 

Os dois irmãos estavam naquele momento trabalhando, tirando seu sustento diário. A verdade, é que analisando esse texto não sabemos o que encantou em Jesus a respeito desses homens, mas percebemos que o fato de eles estarem trabalhando certamente influencia no chamado de Jesus. O compromisso de Jesus, o chamado de Jesus é para quem está trabalhando. Antes que tire suas conclusões e pense: “Desempregado não é chamado então?”, preciso lhe dizer que quando digo trabalhando é a respeito de envolvido com algo e não ocioso na vida. Porque o chamado de Jesus é para o trabalho, então ele necessita de pessoas dispostas a exercerem isso em suas vidas.                                                                                                                                  “E disse Jesus: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens” (Mateus 4.19).                                                                   

Vamos dividir esse chamado em três partes, olhando diferentes aspectos:

1ª O chamado divino – Vinde após mim                                                           

Jesus começa com um chamado divino dizendo: “Vinde após mim”. A preocupação de Jesus antes da obra é como estão os obreiros dela, antes de conquistar aquilo que já está preparado Jesus trabalha no nosso ser. O trabalho para Cristo não começa no exercício dele, mas sim no conhecimento daquele que chama.

Paulo escrevendo diz a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como ao que te ouvem” 1 Timóteo 4.16. Em outras palavras Paulo estava dizendo: Como cuidar daqueles que necessitam se na verdade, em um primeiro momento, quem mais necessita somos nós mesmos?

Permita-me dizer, tem gente que precisa de cura antes de sair por aí curando, tem gente que precisa entender o chamado de Deus antes de mergulhar no ministério, tem gente que precisa sentar para aprender antes de levantar para ensinar.                                                                                                                    Mas o chamado divino existe: “Vinde após mim!” Cristo nos chama para o cuidado, proteção, preparo e direção. O que temos que fazer é entrar na presença dele clamando pela sua graça. Seja qual for o afazer na igreja, deve sempre existir a entrega diante de Deus.                                                                Irmãos(as), a dificuldade que enfrentamos diante da entrega a Cristo, diante do chamado divino "Vinde após mim", é justamente o confronto que existe entre as nossas vontades e a vontade de Jesus.

2ª A preocupação divina – Eu vos farei farei     

Logo após o chamado vem a preocupação divina, porque o mesmo que chama se responsabiliza para fazer. O mesmo que falou “Vinde após mim”, é aquele que fala “Eu vos farei”. Cristo não é como o pai insensato que dá uma obra ao filho e não acompanha de perto o resultado dela, ele está sempre ao lado ensinando e ajudando. Porque até a obra que ele TE CONFIOU depende dele para ser cumprida. A questão é: Vinde após mim, pois quem fara em você sou eu!

Não somos somente chamados por ele, somos capacitados por ele, a partir do momento que somos ensinados por alguém, que alguém nos molda, aprendemos algo chamado dependência.                                           

Paulo entendeu isso de tal forma, que em todas as vezes que começava uma carta, mostrava a dependência que tinha de Cristo:                                                  *  Gálatas 1.1 – “Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos)”… 

    * 1Coríntios 1:1 – “Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus)”…                                                              

    * 2 Coríntios 1:1 – “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus”…                                                           

   *  Filemom 1:1 – “Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador”…                                                                         1 Timóteo 1:1 – “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa”…                                                                                                                         

Estamos falando de um homem que realizou grandes feitos no meio da igreja! Mas, todas as vezes que olhava para seus feitos, entendia que quem era maior em sua vida é aquele ao qual o chamou.                                                                                                                                                         

3ª A missão divina – Pescadores de Homens 

Chegamos, com certeza, a um dos assuntos que mais erramos como igreja! Primeiro Jesus chama, depois ele mesmo capacita e agora ele dá o principal propósito de todo chamado. Qual é esse propósito? Pregar o evangelho.                                                                                                                                      Não importa qual o dom e talento que você recebeu, esse sempre deve ser utilizado para transmitir o Cristo que está em sua vida. Se é milagre, profecia, ensinamento e etc, use sempre para que as pessoas possam ver a perfeita imagem do filho de Deus na sua vida.

  • Você quer ser usado?
  • Você quer receber o revestimento do Espírito Santo?
  • Você quer cantar e pregar?

Se você respondeu sim para qualquer uma das perguntas acima, a que eu te faço agora é: “Por quê?”                   

Não adianta querer ser usado, mas estar buscando a glória própria ou reconhecimento próprio. Devemos ser cheios da vontade de Deus e vazios da nossa própria vontade! Sempre use aquilo que o Pai te confiou para salvar também outras vidas.                                                                                                                                  Aliás, em várias outras passagens a Bíblia nos mostra que esse é o verdadeiro propósito:   

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. (Mateus 28.19-20)                                 

Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra”. (Atos dos Apóstolos 1.8)

Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!” (Isaías 6.8)  

 “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego”. (Romanos 1.16)

E disse-lhes: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas”. (Marcos 16.15)

A diferença do chamado de Pedro e André com os dos filhos de Zebedeu: 

Pedro e André no momento do chamado de Jesus estavam lançando as redes enquanto Tiago e João estavam consertando as redes: “E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. (Mateus 4.18) 

 E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes”. (Mateus 4.21)

Para que mencionar essa diferença? Para entendermos que é assim também na vida como cristão, enquanto alguns estão lançando redes outros vão estar consertando elas. Vou explicar ainda mais, enquanto alguns estão fortes e pescando, outros que estão fracos vão procurar aqueles que consertam redes para o ajudarem. 

Independentemente da diferença, percebemos que ambos estão para a glória de Deus. Não sei se nesse momento você está lançando rede ou consertando, o que sei é que Jesus tem algo lindo em sua vida e não importa o que passe, nunca desista!                               

Cristo está sempre ao seu lado. Amém..!

Perguntas para Edificação: 

1 Discipulado: o que é isso para você?

2 O quanto o processo de discipulado é importante na sua vida hoje? 

3 Você possui uma pessoa de confia a quem você presta conta da sua vida, confessa pecados e pede conselho? (caso a resposta seja não, pergunte se a pessoa deseja ter alguém assim)