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Discipulado

Reconhecendo quem sou 

Como saber o que é certo ou errado? Quem define o que está correto e o que não está?

A sociedade em que vivemos está lutando com esses conceitos, descontruindo padrões e estabelecendo seus conceitos com base no desejo do indivíduo, sendo assim, cada um define o que é certo e errado para si. No entanto, existem alguns certos e errados que a grande maioria ainda concorda, por exemplo: é errado matar; errado roubar o outro; errado agredir o outro;

Pensando num contexto geral consigo apenas encontrar esses três. E ainda, tenho dúvida acerca dos dois últimos. Isso ocorre porque cada vez mais não se pode dizer claramente o que é certo e errado, com isso, criamos um mundo que busca apenas olhar para si, para seus interesses, afinal, eu defino o que de fato posso e o que não posso.

Não são os outros, não são padrões sociais, sou eu. É por minha conta e risco. Temos assim, uma sociedade cada vez mais narcisista, egoísta e egocêntrica. Em contra partida uma sociedade constituída de pessoas que não se conhecem verdadeiramente, que não admitem quem de fato são.

O mundo está sendo convencido de que o ser humano por si só é capaz de ser bom, estão nos convencendo de que conseguimos alcançar a bondade por nossos esforços, de que somos capazes. A autoajuda, os coachings estão aí para isso, para inflar nosso ego e nos convencer do quanto “somos bons”.

O problema é que isso não é uma verdade bíblica. Essa construção social é oposta ao que a Bíblia mostra desde Gênesis 3 (queda) até Apocalipse. As guerras, a fome, a bomba atômica, o ódio, os assassinatos, todas as maldades realizadas pelo egoísmo humano mostram isso. Afinal, na tentativa de ser como Deus, desde o jardim o ser humano busca a bondade e a perfeição em si mesmo, com isso ele se auto destrói. 

Você pode pensar que isso é algo que só acontece lá fora, mas se prestar atenção, você perceberá o quanto esse ensino, essa lógica, tem adentrado as igrejas e quanto os cristãos estão se perdendo pensando que são bons. Pastores trocaram a pregação bíblica que aponta para a cruz, por pregações de autoajuda, que apenas servem para elevar a autoestima do membros.

Os hinos, ao invés de falar do pecado e da graça de Deus, colocaram o ser humano no centro de tudo, fazendo com que Deus seja apenas um terapeuta que eleva minha autoestima. Ao se atentar bem, percebe-se que cada vez mais o ser humano é o centro das pregações, dos hinos e das orações, enquanto Jesus serve apenas para satisfazer os desejos e vontades.

Por que isso?

Porque não admitimos quem de fato somos, porque falar que eu sou sujo, pecador, mau, um ser humano podre, é forte demais. É politicamente incorreto. Não é bom, porque alguém pode ficar incomodado. No entanto, se nos achamos bons, então não precisamos de Jesus e o tornamos secundário, apenas um amuleto que serve as minhas vontades.

Mas, se reconhecemos o quão falhos somos, então, entramos em desespero e precisamos nos agarrar em alguém que nos salva que nos resgata, que nos livra, que nos tira desse poço imundo que nos metemos. Só então reconhecemos que o único a fazer isso é Jesus!

Esse processo precisamos viver no discipulado com Jesus, de sempre de novo sermos lembrados de quem somos, do quanto necessitamos de Jesus, da imensidão de pecados que ele perdoou e da maravilhosa graça que nos alcança e tira dessa sujeira, dessa imundície.

Te convido  passear por alguns textos do Apóstolo Paulo e perceber como ele era transparente e conhecia a si mesmo com profundidade e verdade e como precisamos aprender isso.  

Lembra da pergunta inicial: Como nós sabemos o que é certo ou errado? Quem define o que está correto e o que está certo?

“Que diremos então? A lei é pecado? De maneira nenhuma! De fato, eu não saberia o que é pecado, a não ser por meio da lei. Pois, na realidade, eu não saberia o que é cobiça, se a lei não dissesse: "Não cobiçarás". Romanos 7:7

Nós sabemos o que é errado através da Lei de Deus, através daquilo que a Bíblia nos diz que não é segundo a vontade de Deus. A partir de Jesus, sabemos o que é da vontade de Deus pelo exemplo que Jesus viveu e que ensinou. O nosso padrão é a Bíblia, é Jesus!

Sendo assim, se seguirmos tudo o que Jesus ensinou então seremos bons? Sim! O problema é que jamais vamos conseguir, jamais! Pois nosso coração duro e pervertido. Temos um exemplo de alguém que fez grandes coisas, viveu intensamente o discipulado, mas mesmo assim não foi bom, e ele deixa claro isso, esse é Paulo. É só continuarmos a leitura para entendermos isso.

“Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo”. Romanos 7:18,19

Quando Paulo se descreve desta maneira aos cristãos romanos, ele mostra o quanto conhece a si mesmo, sendo extremamente sincero. Muitos de nós não assumimos quem realmente somos assim como Paulo tem a ousadia de assumir. Mesmo sendo um grande apóstolo, tendo encontros com Jesus, discipulado por Barnabé, sendo um missionário e discipulador, ele é pecador e falho e não esconde isso, ao contrário ele escreve o quanto o pecado o escraviza mesmo já sendo convertido.

“Sei que nada de bom habita em mim”

Quem consegue repetir essas palavras com verdade, não da boca pra fora, não penas para que as pessoas vejam uma falsa humildade, mas com verdade, admitir o pecador que é?

Na sua carta ao seu discípulo e filho na fé, Timóteo, Paulo escreve mais uma vez sobre si, mostrando qual imagem ele tinha de si mesmo:

1 Timóteo 1:15,16

“Esta palavra é fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, que sou o principal pecador, Cristo Jesus pudesse mostrar a sua completa longanimidade, e eu servisse de modelo para todos os que hão de crer nele para a vida eterna”.

Entendamos:

  • Paulo sabia quem era e não tem problema em falar isso;
  • Paulo é humilde e não falso, isso tem muita diferença, quantas vezes nós falamos apenas da boca para fora para pensarem que somos humildes;
  • apenas quando nos olhamos no espelho admitindo quem de fato somos, cai a ficha para compreender a grandiosidade do amor de Deus por nós;

 

Paulo tinha seus dilemas internos e eles o ensinaram a olhar para Cristo e depender da graça

“Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas ele me disse: "Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim”.2 Coríntios 12:7-9

  • Me glorio na fraqueza, pois ela me mostra a força de Deus;
  • Para que não se exaltasse Deus sempre lembrava Paulo de sua fraqueza pois assim ele não se desviaria do propósito de Deus;
  • Reconhecer quem somos nos lembra que precisamos da graça de Deus e nos impede de acharmos melhores, nos comparando com outros e julgando;

Paulo não se entedia pronto

“Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”. Filipenses 3:12-14

 

  • Prosseguir para o alvo não nos isenta de admitir os erros no processo;
  • Apenas estaremos prontos na eternidade;
  • Cair em si sabendo quem somos nos leva ao encontro diário com Cristo e ao amadurecimento na fé;

Perguntas para a Edifdicação: 

1 É difícil para você falar das suas falhas? E ser transformado nessas falhas?

2 Quais seus pecados e falhas e como Deus tem trabalhado cada um deles em você? 

3 Como o pequeno grupo pode te ajudar no teu processo de amadurecimento em Cristo?