Ao assumirmos um compromisso com Cristo e um compromisso com a igreja local, várias áreas da nossa vida são afetas, pois, começamos a repensar quem somos, o que fazemos e onde estamos. Assumir o compromisso do discipulado é permitir que alguém entre em nossa vida a fundo, mecha com nossas feridas e descubra quem realmente somos, nos conduzindo a verdade do evangelho a cada dia.

Esse é o processo para o qual o Espírito Santo nos conduz. Quanto mais conhecemos a Cristo e sua santidade, mais somos confrontados em nossa maldade e pecado. Assumindo um compromisso maior vamos mais a fundo, parando de negar a verdade sobre nós mesmos e dizendo sim a uma transformação de dentro para fora.

Todos assumem esse compromisso? Todos vivem o processo de discipulado?

Não!

• Alguns acham pesado de mais e decidem abandonar o processo;
• Outros acreditam que não precisam, pois já estão muito seguros de si;
• E ainda outros mesmo erros e falhas decidem ir a fundo e permanecer firme vivendo o discipulado diário;

Te convido a olhar o relacionamento de discipulado de Jesus com Pedro, percebendo como essa caminhada moldou Pedro para cumprir a missão de Deus.

A caminhada de Jesus com Pedro começou com um convite: “Siga-me e eu lhe farei pescador de homes”. Mt 4.19

Quando Pedro foi chamado ele não tinha ideia da grandiosidade desse chamado. Ele não sabia o que significava seguir, muito menos o que significaria para ele ser um pescador de homens. Vemos no desenrolar da história de Pedro que esse discípulo foi compreendendo o chamado de Jesus para ele no processo de caminhada.

Muito importante: ele não sabia tudo que aconteceria, mas tinha assumido um compromisso!

Pedro não era perfeito. Sabemos disso pela forma em que era impulsivo, explosivo e sempre agindo sem pensar. No entanto, Jesus não se acomodou com essas características, pelo contrário, confrontou Pedro em seus erros e falhas, pois só assim ele seria lapidado para fazer a vontade de Deus.

O relacionamento de Jesus com Pedro era intencional: Jesus era extremamente sincero, profundo, levando um relacionamento de intimidade e maturidade. Alguns relatos bíblicos nos mostram essas características:

• Mateus 16.15-18: nesse relato vemos Pedro confessando Jesus como o Filho de Deus, em contrapartida, Jesus afirmando Pedro em sua confissão;
• Mateus 16.21-23: esse trecho vem logo adiante da afirmação de Jesus a Pedro, mas aqui, Pedro mais uma vez mostra sua impulsividade e seu ego, o que leva Jesus a repreendê-lo de forma severa;
• Mateus 26.69-75: nesse relato vemos o momento em que Pedro descumpre sua palavra a Jesus o negando três vezes. É nesse relato que Pedro ao ser encontrado pelos olhos de Jesus lembra da exortação de Jesus a seu respeito e chora amargamente;
• João 21.15-19: após ter falhado, negado Jesus e descumprido sua palavra, Pedro é mais uma vez acolhido e cuidado por Jesus que o envia a pastorear o seu rebanho. Nesse texto vemos que a condição que Jesus coloca é que Pedro o amasse.

O relacionamento de discipulado de Jesus e Pedro nos ensina a sermos verdadeiros, profundos e amorosos nos nossos relacionamentos de discipulado e cuidado um com o outro. Não sendo perfeitos, mas reconhecendo que sempre estamos no processo de amadurecimento em Cristo.

O processo de Pedro não terminou nos evangelhos. Após a subida de Jesus aos céus, vemos ainda um Pedro que falha, mas vemos também um Pedro que aprendeu a ser líder e pastor de igreja, conforme Jesus o tinha capacitado.

Se você deseja assumir esse compromisso maior saiba que o processo não será fácil. A caminhada transforma que somos mostrando nosso pecado, e nos ensinando a depender de Cristo. Por seguir a Jesus, Pedro foi crucificado também, nisso sabemos que viver o discipulado tem um alto preço, mas sabemos também que é o mandamento de Jesus para nós assim como foi para Pedro.

“Siga-me e eu lhe farei pescador de homes”. Mt 4.19