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Dentro e fora dos muros: Comunidade que atrai!

 

Se você fosse colocar os adjetivos, as características de uma comunidade de fé perfeita, o que você descreveria? Bom... sabemos que comunidade perfeita não existe, já que os integrantes dessa comunidade não são perfeitos e nunca serão.

Concorda comigo?

As comunidades cristãs tem formas e jeitos diferentes de se reunir, de celebrar, de se encontrar. Isso é bom, mostra que somos diferentes, com jeitos e culturas diferentes. Mesmo com jeitos diferentes todas tem algo que as une, Jesus Cristo.

Uma comunidade cristã deve ter como central, como propósito para existir, ser parte da missão de Deus nesse mundo. Missão essa que é levar o Evangelho adiante, para além das suas fronteiras. O como fazemos isso os métodos e jeitos, podem mudar sim.

Pra falar como somos comunidade e como devemos buscar ser, quero te convidar a um passeio pelo livro de Atos dos Apóstolos, ou Atos do Espírito Santo, já que quem de fato aparece agindo nesse livro é o Espírito Santo de Deus.

Dentro ou fora dos muros! No templo ou em qualquer lugar que estamos somos comunidade! Somos discípulos e discípulas de Cristo! E, se de fato somos, carregamos conosco as marcas da comunidade de fé!

E hoje vamos iniciar falando de uma dessas marcas. Comunidade que atrai! Que chama! Que convida e que acolhe!

Ser uma comunidade atraente e atrativa! Um desafio para nós!

 

“Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos”. Atos 2:41-47

Vamos ao contexto...

Aqui vemos o relato do início das comunidades cristãs reunidas após a ressureição de Jesus e a descida do Espírito Santo. O Livro de Atos nos mostra como o Espírito Santo capacitou pessoas para levar o Evangelho de Jerusalém até os confins da Terra.

Deus envia o Espírito Santo e os discípulos são enchidos com a presença de Deus, com a ousadia que vem do Espírito. Pedro começa, então, a pregar ensinando ao povo que ali estava sobre o sacrifício de Jesus para salvar a todos. Após a pregação de Pedro cerca de 3 mil pessoas tornam-se cristãs, reconhecendo Jesus como o messias enviado por Deus.   

E esses cristãos começam a se reunir e se organizar como comunidade cristã. E dessas primeiras comunidades temos algumas características que o texto nos traz.

“Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações.” Eles viviam em conjunto, um sustentando e cuidando do outro, até porque a fé que os unia trazia consigo uma mudança radical de vida, eles não viviam mais para si mesmos, eles viviam pela causa do Evangelho.

Eles se dedicavam ao ensino, que é algo essencial, afinal nós precisamos saber no que cremos, por que cremos, em quem cremos. Precisamos conhecer a fé cristã e todas as suas implicações. Por isso eles se dedicavam ao ensino, eles precisavam passar adiante o que Cristo lhes havia ensinado.

Dedicavam também a comunhão, a passar tempo junto, a dialogar, conversar, comer junto à mesa. Partilhavam o pão de igual forma, todos podiam comer. Não faltava comida a nenhum deles, pois um ajudava o outro. E oravam! As primeiras comunidades cristãs carregaram consigo a oração, a intimidade com Deus era essencial pra eles, isso os mantinha firme em toda dificuldade que enfrentavam.

“Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos”. Os apóstolos eram os 11 que caminharam com Jesus por três anos e aprenderam dele o que é crer e confiar em Deus. Os apóstolos além de ensinar também realizavam milagres. Maravilhas que apontavam para Cristo. Isso aqui é muito importante, os milagres feitos pelos apóstolos não eram para lhes dar fama, não era para que eles fossem reconhecidos como grandes ou melhores, mas para que todos soubessem que o que eles falavam sobre Jesus era verdade, que de fato Jesus era o Messias.

Os milagres tem o objetivo de mostrar que Deus é Deus, todo poderoso. O milagre traz nova vida a quem o recebe, traz renovo e alegria, mas principalmente o milagre mostra que há um Deus todo poderoso que olha para o ser humano e se compadece dele.

Aquelas comunidades estavam também cheias de temor. E se lembrarmos o que provérbios 9.10 vai nos dizer é que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria”. Eles temiam a Deus e por isso souberam ir adiante firmes e fortes na fé. Não era uma disputa por poder ou opiniões como muitas vezes é hoje em nossas comunidades, era uma entrega de coração, que levava ao servir cristão.

“Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade”.

Olha só, aqui chegamos em uma parte que mexe conosco, porque mexe com o que é nosso. Os primeiros cristãos aprenderam a partilhar, a dividir, a olhar a necessidade do outro e ir ao encontro dele. Eles compreendiam que a fé os unia de tal forma que tudo era partilhado.

Eu não vim aqui dizer que nós precisamos vender o que temos e sair distribuindo, não é isso. Mas precisamos sim aprender a dividir mais, e a sermos mais unidos. Aquele ditado: “é cada um por si, e Deus por todos” entrou nas comunidades cristãs de tal forma que parece que de fato nós só viemos aqui pra buscar ajuda e providência de Deus e nos esquecemos de quem nós podemos ajudar.

Nos esquecemos que partilhar e viver comunhão é uma das essências de ser cristão!

As primeiras comunidades olhavam para as necessidades uns dos outros. Eles partilhavam segundo as necessidades de cada um. Hoje nós vemos muitas pessoas com grandes necessidades e não só financeiras, mas necessidades emocionais, espirituais e psicológicas. O quanto você como cristão, como parte de um todo tem se preocupado e se ocupado com a necessidade do outro? Cuidar uns dos outros faz parte da nossa fé! Ser cristão não é viver sozinho e isolado, não é pensar só em si mesmo, mas viver com uma família enorme e complicada, que precisa de ensino, amor, cuidado, correção e transformação.

“Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo”.

A comunidade também tem seu momento de interação e comunhão maior, isso é o que chamamos hoje de culto. No culto o próprio Deus nos chama nos reúne. No culto o próprio Deus vem ao nosso encontro, por meio do Espírito Santo que está presente na comunidade. Os primeiros cristãos eram oriundos do judaísmo, por isso, seus encontros continuavam a ser no templo judaico.

Mas não era só no templo que eles se reuniam pra louvar a Deus e ouvir sua palavra. As casas dos cristãos eram também lugar de comunhão e adoração: Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo”.

Eles não faziam isso por obrigação, mas com alegria e sinceridade de coração! Quantos de nós abrimos nossas casas e nossas vidas com alegria e sinceridade de coração para que o Evangelho seja pregado e vivenciado?

E olha só que interessante: esses cristãos “tinham a simpatia de todo povo.” Essa é uma frase que eu quero pontuar. Ter a simpatia do povo significa que os não cristãos olhavam para os cristãos com respeito, de uma forma amigável.

Quando o autor cita que o povo tinha essa simpatia pelos cristãos ele está dizendo que o exemplo dos cristãos causava uma boa impressão em que era de fora. Quem olhava para aquele grupo de pessoas que seguia a Jesus notava que eles eram diferentes de um jeito bom!

E aqui está uma enorme lacuna nossa hoje. Na maioria das vezes, nós não somos tratados com simpatia por aqueles que não são cristãos! Muito pelo contrário, tem pessoas que hoje tem aversão aos cristãos que se apresentam Brasil a fora.

Isso acontece por vários motivos. Um deles é o cristianismo que se apresenta nas mídias, na TV e no rádio principalmente. Esse não é o nosso caso diretamente, mas há outra questão, a de que nós cristãos não estamos sendo bons exemplos para quem nos vê!

As comunidades cristãs estão cheias de rivalidades, de brigas, de divisões. Quando vem os problemas é mais fácil dividir e se afastar do que perdoar e se reaproximar. O amor ao próximo e a honestidade é algo muito raro de se ver. E olha que vivemos em um país com 90% da população cristã. Isso é muita coisa!

Nós não seremos uma comunidade perfeita, pois como vimos no início, somos formados por pessoas imperfeitas. Mas isso não é desculpa para nos acomodarmos e deixar de viver a vontade de Deus dentro e fora de nossa comunidade.

E com isso não adianta agora você começar a lembrar daquele irmão da igreja que fez aquilo, ou dessa irmã que fez isso, não! Olha pra você mesmo, perceba o que você tem feito ou deixado de fazer que não é da vontade de Deus! Eu tenho certeza que todos nós temos errado nesse processo! TODOS NÓS!

Para ser uma comunidade que atrai pessoas pela maravilha do Evangelho, nós precisamos começar por nós mesmos. Precisamos deixar de apontar o dedo, pondo a culpa nos outros e começar a viver o verdadeiro Evangelho que nos ensinar a amar, a ajudar, a perdoar, a cuidar, a se ocupar.

Uma comunidade atraente aos de fora é uma comunidade que busca viver a vontade de Deus! Não apontando o dedo para aqueles que estão errados, mas amando e cuidando daqueles que se arrependem.

E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos”.

Quem faz a comunidade crescer não somos nós! Quem convence do pecado, quem cria fé no coração humano é o Espírito Santo. Nós como comunidade somos apenas um instrumento nessa maravilhosa missão de Deus! Missão de redimir! Missão de salvar! Missão de resgatar para si sua criação e seus filhos amados!

As primeiras comunidades lá em Atos também falharam. O autor de Atos não esconde isso. Não esconde a mentira de Ananias e Safira, não esconde as falhas de Pedro, o desentendimento de Paulo e Barnabé, o complicado concílio de Jerusalém. Está tudo ali. Mas, nisso tudo, o Espírito Santo conduziu as comunidades e o próprio Espírito lhes acrescentava os que iam sendo salvos!

A pergunta que quero deixar a partir desse texto para cada um que faz parte de uma comunidade de fé é: O que precisamos pra ser uma comunidade atrativa? Comunidade que atrai pessoas pelo amor ao Evangelho?

Como ser uma comunidade que cresce pela ação do Espírito Santo? Essa pergunta é tarefa de casa. Não é obrigação do missionário, pastor ou líder de comunidade responder isso sozinho, nem mesmo resolver isso sozinho. Afinal, todos são membros do mesmo corpo. Então vamos todos juntos ser comunidade cristã que vive o que Jesus nos ensinou a viver! E vamos ver o Espírito Santo agindo em nosso meio!

 Vamos de fato ser cristãos! Por que ser cristão é ser um pequeno Cristo! Ser cristão é carregar consigo as marcas de Cristo! O amor, a verdade, a justiça, a compaixão, a misericórdia, o perdão, entre tantas outras.

Como comunidade Luterana em Três Lagoas eu te convido a ser parte de uma família imperfeita, mas que busca todos os dias de novo e de novo fazer a vontade de Deus! Que busca ser parte da Missão de Deus por onde passa! Se esse é o teu desejo de coração, se com verdade e amor você quer seguir nessa caminhada junto com essa família então eu te convido a dizermos juntos o nosso Amém!

 

Sugestões de perguntas para discussão: 

Como é sua relação com sua família? Com as pessoas da sua casa? 

Pra você qual a importancia da família de fé? 

Como você tem se colocado a disposição da comunidade de fé com seus talentos e dons? 

Como você deseja contribuir para que nossa comunidade seja mais parecida com Cristo?