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Cartas para nós 

Tudo novo de novo

Como explicar para alguém algo que ninguém nunca viu, nem experimentou? Como explicar algo que não tem comparação, que é inimaginável pelo fato de ser totalmente diferente do que qualquer um já experimentou?

É extremamente difícil! Mas essa é uma das tarefas que João tem com o livro do Apocalipse, explicar aquilo que é inexplicável ao ser humano. Por isso ele usa palavras que nos são conhecidas para chegar perto daquilo que ele estava vendo.

E quando vamos lendo esse livro, essa revelação, vamos imaginando tudo que estava diante de João, então, surgem dúvidas, questionamentos, esperanças, medos e muitos viajam longe nas suas interpretações do Apocalipse.

Mas hoje vamos imaginar e sonhar com um encontro especial, com o dia em que estaremos diante da nova criação. Lembrem-se que aquelas igrejas que receberam essa profecia estavam passando por momentos de perseguição, algumas mais e outras menos, mas elas passavam por um momento difícil. Alguns achavam que Jesus viria logo após a sua ascensão ao céu, mas já haviam se passado cerca de 30 a 35 anos da sua ressureição e nada ainda.

Aquelas igrejas precisavam de uma mensagem que renovasse nelas a esperança da volta do seu redentor, e Apocalipse é essa mensagem. Para que eles entendessem que o tempo dessa volta pertence a Deus e que a eles cabia permanecer firme no Evangelho que lhes foi anunciado.

No decorrer do capítulo 4 ao 20 João descreve tudo viu, com as palavras que ele encontra, com o objetivo de mostrar a essas igrejas que viria sim um grande momento de Juízo final, e a que volta de Cristo seria diferente de sua primeira vinda, ela seria em poder e majestade, pois o Filho de Deus derrotou toda a maldade, todos aqueles que fizeram sofrer a sua igreja.

Então nos capítulos 21 e 22 ele anuncia como será o novo começo, a nova vida que aguarda essa igreja de Jesus.

Para aqueles que estavam passando por perseguição, por prisões, por medo da morte, para aqueles que enfrentavam doenças, percas de pessoas queridas, e que estavam imaginando quando o seu salvador viria, imagina como foi ouvir essas palavras pela primeira vez.

Vamos ao final do livro de Apocalipse, ao capítulo 21.

  1. 1-2 : “Novos céus e nova terra”.

Como vocês imaginam que será o céu? Como será esse lugar onde iremos morar quando Jesus voltar? Ou vocês não imaginam pois já perderam a esperança e não estão mais aguardando esse dia?

Para muitos o céu será um lugar extremamente pacato, tranquilo,  onde viveremos entre as nuvens, tocando arpa, usaremos roupas brancas e será assim por toda a eternidade. Outros imaginam que será cantando louvores eternamente diante de Deus e daí por diante.

O que João nos diz aqui é bem diferente do que os desenhos e filmes nos mostram, é bem diferente do céu da “Era do Gelo” ou do “Tom e Jerry”. João escreve sobre uma nova criação, isso significa que viveremos numa criação restaurada e perfeita, assim como viviam Adão e Eva no paraíso. Mas não apenas isso, não moraremos no jardim como Adão e Eva, ou como o “Tarzan”, pois João também viu uma cidade que descia dos céus adentrando essa nova criação.

Lendo Apocalipse 21 podemos perceber que nossa eternidade será muito mais agitada e cheia de elementos do que os desenhos de nossa infância nos disseram. Haverá cidade, haverá construções, mas também haverá rios e mares, porém sem poluição, sem aquecimento global, sem terremotos ou guerras.

A eternidade será muito parecida com o que vivemos hoje, porém com uma diferença substancial, uma diferença gigantesca, não haverá pecado e nem as suas consequências. Isso significa, por exemplo, que: Nós trabalharemos, nós comeremos, nos festejaremos, nós teremos comunhão uns com os outros, no entanto, não haverá brigas e divisões, pois não haverá inveja, nem cobiça, nem orgulho, não reclamaremos do trabalho pois ele será prazeroso, através deles glorificaremos a Deus.

Haverá pessoas diferentes com características físicas e jeitos diferentes, porém todas vão se entender e amar umas as outras como amam a si mesmas. Será como essa criação, no entanto, não será porque não haverá maldade, discórdia, separação, morte e nem doenças.

  1. v. 3 a 5: Nesse novo lugar haverá povos de diferentes raças, de diferentes tempos, todos os povos da terra, onde houver pessoas que creram no Senhor, lá eles estarão. E isso não será problema, afinal, nosso coração não será mais cheio de soberba, um não se achará mais do que o outro, não haverá pré-conceitos, nem discriminações, pois tudo isso é consequência do pecado.

E tudo o que em nós gera dor, tristeza, medo, angústia, desespero ou qualquer coisa assim, já não mais existirá. Tudo isso só passou a existir quando fomos separados de Deus, todos esses sofrimentos são consequência  de termos sido afastados da presença de Deus.

  1. v. 6 a 8: “Está feito” nos remete à cruz, onde nosso salvador diz: Está consumado! Na cruz ele consuma a obra da redenção, na sua ressureição ele vence a morte, na sua vinda ele eliminará todo o mal, todo pecado, tudo aquilo que separa a criação do criador.

“O vencedor herdará tudo isso”: aqui está uma promessa feita a nós! Uma promessa que ele repete a cada uma daquelas igrejas, ao final de cada carta ele reforça, não desistam pois o vencedor estará comigo no paraíso, agora ele conta pra essas igrejas com um pouco mais de detalhe o que esse vencedor herdará, para reforçar a esperança e o anseio dessa igreja na espera por esse dia.

Assim como também afirma a aqueles que não o ouviram que serão eternamente separados de Deus, enfrentando a segunda morte.

  1. v. 9 a 21 “Venha e mostrarei a você a noiva, a esposa do Cordeiro”.

Nesse momento o anjo mostra a João essa linda cidade. A descrição da cidade que possui tudo aquilo que o ser humano por milênios desejou construir. Imponência, riqueza, beleza, força, proteção. Essa descrição a cidade de Jerusalém é para que nós saibamos que tudo que o homem tentou construir e nunca conseguiu, pois todas as grandes potências sempre caíram, Deus construiu com perfeição. Com pedras e ouro que são como areia, pois para Deus é assim que elas são.

João não vê apenas um jardim, ele não vê apenas a criação redimida, ele vê também uma cidade, algo que não existia com Adão e Eva, mas que existirá na eternidade, nós habitaremos em casa, e viveremos uma vida plena, num lugar que apesar de extremamente rico, não haverá brigas por herança, porque isso não fará diferença, que apesar de tantas pedras preciosas e tanto ouro, não haverá ladrão, pois não será necessário roubar, nem se pensará nisso.

Uma realidade tão perfeita que chega ser difícil explicar.

  1. v. 22 a 27 “Não vi templo algum na cidade”

A primeira grande Jerusalém, na sua melhor época, o tempo de Salomão, possuía um templo gigantesco imponente, possuía palácios e um muro que trazia proteção a ela. Mas, pelo pecado do povo, essa Jerusalém caiu, seu templo foi destruído, suas riquezas roubadas, e nunca mais Jerusalém teve a mesmo imponência, até a volta do Salvador, onde ela será infinitamente mais imponente.

No entanto, com uma diferença significativa, algo faltava nessa cidade. Nela não há templo, algo que chama atenção de João, afinal para um judeu o templo tinha uma centralidade, era o lugar que Deus morava. Mas não essa Jerusalém, ela não precisa de templo, pois Deus não se restringirá a um lugar na cidade, ele não estará no santo dos santos, nem em paredes, nem em construções. Ele andará na cidade com seus filhos, assim como no jardim passeava com Adão e Eva.

No Antigo Testamento Deus habitava no templo ou em Tabernáculos e para falar com esse Deus necessitava-se de um lugar específico (altares). No novo Testamento, a partir da reconciliação que Jesus nos deu, os templos e altares não são mais a casa de Deus, eu sou casa de Deus, a partir do momento que sou igreja de Cristo, que pertenço a Ele, Ele passa a habitar em mim.

Por isso, casa não são construções, a casa dele sou eu. E onde eu vou estou levando esse Deus que habita em mim, sendo luz por onde passo, pois só posso ser luz porque ele habita e mim.

Na vida eterna será novamente diferente, pois ele não habitará nem no templo nem em mim, ele estará entre nós, assim como esteve com Adão e Eva, ele caminhará conosco, e será a luz dessa cidade, pois na Nova Jerusalém não haverá ninguém que desconhece a Deus. A casa de Deus será a sua nova criação.

 

Conclusão:

  1. Apocalipse é uma revelação de esperança a todos que creram, de chamado ao arrependimento daquele que ainda estão em cima do muro, estão longe de Cristo ou indecisos e anúncio de juízo aos que ainda temem em duvidar de todas essas coisas. Então, se nós pertencemos a esse Jesus devemos olhar para esse livro aguardando ansiosos para que chegue esse dia, o dia em que veremos a Nova Jerusalém que desce do céu!
  2. Aquelas igrejas em meio a todo sofrimento que passavam, as duvidas em relação a volta do criador e medos por confessarem a Cristo, receberam do Senhor cartas para que permanecessem firmes, assim também nós, quando passamos por momentos de angústia, de medo ou de dúvidas, corramos para a Escritura, para a Palavra de Deus que está aqui, para ouvir a sua voz.

Via de regra quando tudo está indo mal em nossas vidas, nós nos afastamos ainda mais do nosso Deus, buscamos respostas em tantos lugares, em tantas pessoas, buscamos a esperança naquilo que vemos e que nos é mais palpável, e paramos de confiar nas promessas que Ele nos fez.

  1. A nossa esperança não está no aqui e agora, não está no que realizamos ou vivemos aqui. Temos sim que ter a dimensão que aquilo que é melhor e perfeito ainda virá. Se nós como cristãos deixarmos de crer e viver de forma que demonstre essa nossa crença, então que sentido fará para aqueles que não conhecem nosso salvador? Nossa vivência diária deve demonstrar que não pertencemos a este mundo, mas que estando neste mundo vivemos para honra e glória de Deus.
  2. Vivamos nossos dias lembrando que o vencedor estará com Jesus na Nova Jerusalém! Essa é a promessa dele para nós, ele virá para restaurar toda essa criação caída, para eliminar o pecado e suas consequências, e com ele habitaremos na eternidade, sem dor, sem sofrimento, sem medo ou angustias. O que ele pede de nós aqui?

“Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”.  Mateus 22:37

Isso e apenas isso! Acima de tudo que você possa amar a Deus. Acima da família, acima do trabalho, acima dos desejos e prazeres, acima de qualquer pessoa, acima de todas coisas, amemos a Deus, pois assim viveremos com ele e para Ele!

Perguntas para edificação:

  1. Como você sempre imaginou a eternidade?
  2. O que esse texto de Apocalipse mudou na sua compreensão?
  3. Você tem buscado ouvir a Deus a partir da leitura Bíblica? Se sim, como tem sido? Se não, o que te impede de iniciar?