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Texto Base – Mt 24.36-51

            Estamos entrando no período de Advento. É o período que antecede o Natal, quando celebramos o nascimento de Jesus. A palavra “advento” significa “o tempo que vem antes”, pois nesta época também focamos na volta de Jesus Cristo.

            De vez em quando ouço alguém dizer: “Os sinais estão claros de que Jesus está prestes a voltar”. Ainda na semana passada alguém disse para mim: “É. Uma coisa é certa. A volta de Cristo está chegando!”.

            Jesus está voltando? Quando?

            Alguns grupos de cristãos têm marcado datas “certas” para a volta de Jesus. Foram supostas profecias que não se concretizaram. Foram falsas, portanto.

            Mateus 24 fala sobre coisas do fim. Olhando Mt 24.3, podemos observar que, neste capítulo da Bíblia, Jesus responde a três assuntos sobre os quais os discípulos perguntaram: “Tendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, os discípulos dirigiram-se a ele em particular e disseram:

  1. Dize-nos, quando acontecerão essas coisas”? Quais coisas? Das coisas que Jesus e os discípulos estavam tratando mesmo antes (Mt 24.1 e 2). Eles estavam falando da destruição do templo de Jerusalém. Ele foi destruído pelos romanos no ano 70, quando muitos da geração dos discípulos ainda viviam. Várias das coisas ensinadas por Jesus, em Mt 24, se referem a esse evento histórico que já aconteceu.
  2. “E qual será o sinal da tua vinda?”. É o assunto da nossa mensagem (Mt 24.36-51).
  3. “E (qual será o sinal) do fim dos tempos?”.

São três assuntos distintos, com acontecimento em épocas diferentes da História. O não distinguir esses assuntos distintos, dentro do capítulo 24 de Mateus, levou muitas vezes a mal entendidos na cristandade.

            Hoje vamos nos ater ao segundo destes três eventos perguntados a Jesus pelos seus discípulos: “Qual será o sinal da tua vinda”? Quando Jesus voltará?

            Vamos ler e aprender com o texto de Mt 24.36-51.

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO É IMPREVISÍVEL (36-41).

            Neste trecho temos algumas verdades fundamentais sobre a volta de Jesus Cristo.

  1. Só Deus sabe (36).

Aqui Jesus ensina com toda a clareza que só Deus sabe quando será o grande dia da sua volta. Nenhum “profeta” sabe ou pode prever quando será esse dia. Nem sequer os anjos de Deus, que estão servindo junto ao Deus soberano, sabem quando será.

Fica evidente que toda previsão sobre quando Jesus irá voltar não passa de mera especulação. Aliás, especular sobre a data de desse evento histórico, beira à blasfêmia contra Deus, pois o especular sobre quando Jesus irá voltar é uma tentativa do homem de querer arrancar de Deus segredos que só pertencem a ele. Não é dever de ninguém fazer especulações. Nosso dever é nos preparar e estar preparados.

  • Esse dia virá duma forma repentina e alarmante para aqueles que estão mergulhados em suas preocupações materiais e mundanas (37-39).

Jesus compara o dia da sua volta com o dilúvio dos dias de Noé. Conforme esse relato em Gênesis, Noé se preparou durante bastante tempo para o dilúvio que viria depois. Quando, então, finalmente o dilúvio chegou Noé já estava a postos com a sua família. Ele estava preparado. O restante da humanidade, porém, estava perdida comendo, bebendo, se casando e dando-se em casamentos. O dilúvio pegou todos de surpresa e todos pereceram com o dilúvio.

Aqui Jesus nos adverte que nunca devemos ocupar o nosso tempo demais com as coisas deste mundo ao ponto de negligenciarmos a eternidade. Jamais devemos permitir que as preocupações com as coisas deste mundo, por mais necessárias que elas sejam, nos façam negligenciar o buscar a comunhão e a presença de Deus. Cuidado com as preocupações do mundo! Não esqueça que as decisões sobre a sua vida e morte estão nas mãos de Deus. Não permita que esteja despreparado para o Dia do Senhor. Busque a Deus e as coisas do seu Reino em primeiro lugar. Esteja preparado para o Dia do Senhor!

Independente de quando Jesus voltar, estejamos SEMPRE preparados!

  • O dia da volta de Cristo será um momento de separação e juízo (40-41).

Será um dia normal como outros. Jesus diz que pessoas estarão trabalhando, como normalmente fazem. Ele cita, como exemplo, o trabalho no campo e num moinho. Nenhum sinal estranho ou diferente, do que os que normalmente acontecem, irá se perceber com antecedência quando Jesus voltar. A vida estará correndo normalmente para as pessoas, assim como foi nos dias de Noé. Sua vinda repentina, porém, vai significar uma grande separação. Uns serão “tomados por Jesus”. Outros serão “deixados” para trás. Jesus irá reunir os que lhe pertencem em torno de si. Receberão a morada da qual Jesus falou em Jo 14. Os que não são de Jesus serão deixados para trás. Aqui Jesus não diz o que será deles.

Ir além disso não dá nesse tema da volta de Cristo. Daqui em diante começamos a entrar em especulações que não convém, porque Deus tem reservado para si o conhecer o futuro.

LIÇÕES PARA NOS PREPARAR PARA A VOLTA DE CRISTO (42-51)

            Neste trecho final de Mateus 24 temos os ensinos práticos de tudo o que vimos até aqui. Se ninguém, além do próprio Deus, conhece o dia e a hora da vinda de Cristo, toda a nossa vida deve ser uma preparação constante para essa vinda. E, sendo assim, há alguns erros (pecados) básicos que precisamos evitar.

Erros básicos diante da volta de Cristo:

  1. Viver sem estar alerta conduz ao desastre

Jesus diz: “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (42).

O ladrão não envia uma mensagem no whatsapp ou e-mail para avisar quando pretende assaltar uma determinada casa. A sua principal arma é o elemento “surpresa”.  Assim, o dono de casa que possui coisas valiosas guardadas em sua residência, precisa proteger a casa e manter uma vigilância constante.  Essa é uma vigilância de medo e apreensão.

Não é esse o caso da vigilância do cristão que espera a volta de Jesus. Antes, se trata duma ansiosa expectativa do advento de glória e alegria! “Maranata” exclamavam os cristãos do primeiro século.

Não esqueçamos, porém, que o não sermos constantemente vigilantes, conduzindo a nossa vida na expectativa da volta de Jesus e nosso encontro com ele, nos leva ao desastre, tal como ocorreu com as pessoas do tempo de Noé.

Jesus alerta: “Por isso ficai também vós apercebidos porque à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (44).

  • A mentalidade que leva ao desastre é aquela que diz: “Há muito tempo pela frente”.

É a ilusão do segundo servo da parábola, no final do capítulo (48-51). Ele disse: “Meu senhor demora-se”. Pensou que tinha tempo de sobra para arrumar as coisas antes da volta de seu patrão. Erra quem pensa: “Não preciso ocupar-me com a volta do Senhor agora”.

Existe uma história que conta sobre três aprendizes do diabo que estavam por vir à terra para fazerem um estágio que iria completar o seu treinamento de demônio.  Falaram com satanás, o chefe dos demônios, sobre os seus planos para tentar arruinar as pessoas do mundo. O primeiro disse: “Vou dizer às pessoas que não existe Deus”. Satanás disse: “Isso não enganará a muitos, porque os homens sabem que existe um Deus”. O segundo disse: “Direi aos homens que não existe inferno”. Satanás respondeu: “Podes enganar alguns, mas não muitos, porque os homens bem sabem que existe um inferno para o pecado”. O terceiro disse: “Lhes direi que não há pressa”. “Ôba”, disse satanás, “assim você vai arruinar milhares de pessoas”.

Uma das ilusões mais perigosas é acreditar que sobra tempo. O dia mais perigoso na vida de um homem é quando aprende a pensar e dizer: “amanhã”. Há coisas que não podemos postergar, pois ninguém sabe se viverá amanhã.

O cristão vigilante não empurra o buscar e servir ao Senhor Jesus para mais tarde. Ele sempre busca a comunhão com Cristo e sempre procura servir ao seu Senhor.

  • O juízo se baseia no fracasso no cumprimento do nosso dever e a recompensa se baseia na fidelidade em cumprirmos o nosso dever (45-51).

O servo que foi fiel e cumpriu seu dever com prudência e fidelidade é o que é levado por Jesus na sua vinda. Aliás, ao servo fiel o Senhor confia um alto cargo depois de levá-lo para o seu Reino eterno (47).

Aquele que fracassou em seu dever é tratado com severidade (51).

CONCLUSÃO

A conclusão a que chegamos é que a melhor maneira de sermos vigilantes e estar preparados para a vinda de Cristo é sempre estarmos ocupados em cumprir com o nosso dever, especialmente “alimentando com a Palavra” nossos filhos e as pessoas confiadas sob a nossa responsabilidade.

A pessoa que está cumprindo com seu dever, por mais difícil que seja, irá se regozijar quando Jesus voltar!

Pr. Irno Prediger – Pastor Emérito