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“Uns aos outros”

Provocando

“Não sejamos presunçosos, provocando uns aos outros e tendo inveja uns dos outros”. Gálatas 5:26

O que esse versículo fala a você?

Nesse contexto o apóstolo Paulo está diferenciando a vida que é segundo a vontade humana pecadora, e a vida que é segundo a vontade de Deus guiada pela ação do Espírito Santo. O apóstolo descreve quais são as consequências de se viver segundo nossa própria vontade e as consequências de se viver segundo a vontade de Deus, leia o capítulo 5 de Gálatas completo e compreenda melhor essa temática.

Finalizando o capítulo Paulo trás um último conselho, de forma rápida e objetiva: não sejam presunçosos, ou seja, não sintam-se superiores aos outros, nem mesmo fiquem provocando uns aos outros e muito menos tendo inveja uns dos outros.

A provocação é algo comum entre nós. Por vezes, ela vem com ar de brincadeira, como uma forma de sarcasmo. Mas, muitas vezes, a provocação pode tirar uma pessoa do sério, gerando ódio, brigas e desavenças.

Alguns exemplos de expressões que usamos para provocar uns aos outros: “eu duvido que você...” “eu aposto que você...” ou até mesmo “eu acho que ele fez isso de propósito”. Provocar a raiva, colocar ‘lenha na fogueira’ para ver a briga acontecer, fazer fofoca provocando a ira, são atitudes comuns entre nós. Com toda essa provocação e presunção, ou seja, o desejo de ser melhor que o outro, vem também a inveja.

Vamos ao significa de inveja:

  1. Desgosto provocado pela felicidade ou prosperidade alheio;
  2. Desejo irrefreável de possuir ou gozar o que é de outrem;

O quanto a inveja é algo que destrói nossos relacionamentos? A provocação gera a raiva e a ira, gera brigas, a presunção faz com que eu me distancie das pessoas por me sentir superior a elas, já a inveja me faz sacrificar os relacionamentos para ter aquilo que acho que preciso.

Um bom exemplo de como isso funciona:

Uma criança até os seus 6 anos, mais ou menos, não aprendeu ainda a esconder suas reações frente algumas situações que presenciam. Por exemplo, quando uma criança está brincando com determinado brinquedo e vê outra criança com outro brinquedo, o dela perde a graça e ela vai até a outra criança para tirar o brinquedo e pegar para si.

Muitas vezes, não tem nada a ver com o brinquedo em si, mas sim, com o fato de o outro estar com ele. O brinquedo podia estar esquecido, mas quando outro o tem, eu também quero. É como um sentimento de necessidade de precisão.  

Como é interessante observar crianças nesse sentido, pois elas são autênticas em demonstrar alguns sentimentos e reações que nós adultos aprendemos a esconder ou camuflar. Somos ensinados de que essa ação de tirar do outro é errado, alguns verdadeiramente aprendem isso, mas muitos apenas escondem esse sentimento, para que ninguém saiba que, na verdade, sou um grande invejoso.

Somos bons em esconder a verdade que está em nossos corações, mas não admitir essa verdade, não confessar nos consome e destrói, e mesmo que somos bons em esconder, nossos relacionamentos serão afetados.

Provocados a Inveja

A inveja, no entanto, não está só em coisas, não é o simples desejo de ter bens materiais que os outros tem, mas também, viver o que o outro vive, sentir o que o outro sente. Somos provocados a ter o que o outro tem e fazer o que o outro faz para sermos felizes.

Não há alegria genuína de ver o outro bem, o que há é um desejo consumidor de posse, de satisfazer essa necessidade que cresce em mim.

As redes sociais vêm para potencializar esses desejos e necessidades, o papel dos influencers é basicamente nos convencer de que precisamos ter o que eles nos mostram, viver o que eles vivem, sentir o que eles sentem. E isso gera em nós uma sensação de que enquanto não fazemos isso, estamos incompletos, infelizes e insatisfeitos.

Não bastasse a inveja me destruir, ela destrói também os relacionamentos, gerando brigas, divisões, falta de amor, falta de compreensão. Quanto mais queremos o que não temos, menos conseguimos desfrutar com satisfação e alegria daquilo que temos, e isso tem a ver com nossos relacionamentos.

Reflita nisso: Quanto mais eu quero o que não tenho, menos eu me alegro com o que possuo!

O livro de Tiago nos adverte exatamente sobre a consequência das comparações, competições, da inveja e da presunção dentro dos nossos relacionamentos.

“De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, mas não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres”. Tiago 4:1-3 NVI

De onde vem as guerras e contendas que há entre vocês? Você consegue responder com sinceridade a essa pergunta? De onde vem as brigas, as divisões, a infelicidade dentro dos nossos lares? De onde vem os divórcios? As mágoas entre pais e filhos? Os rancores guardados entre irmãos? O distanciamento familiar? A quebra de amizades?

A segunda pergunta que Tiago faz responde a primeira: “Não vem das paixões que guerreiam dentro de vocês?”

Talvez nossa primeira resposta seja “não, eu não sou assim”! Mas pensamos com calma: por que será que um dos principais motivos de brigas em família tem a ver com dinheiro? Por que casais brigam tanto pelas finanças? Irmãos por herança? Filhos por coisas que receberam ou não dos pais?

Será que não é pelo fato de o nosso coração estar cheio de inveja e de querermos satisfazer nossas vontades? Seja verdadeiro, por que o dinheiro destrói tantos relacionamentos? O problema está no dinheiro ou na falta dele? Não! O problema está em como nós agimos com ele pensando mais em nós mesmos e menos no nosso próximo.

O dinheiro é só um dos exemplos!

Isso não se limita só ao dinheiro, as muitas brigas e divisões que há em nossos relacionamentos são como diz Tiago, resultado de querermos satisfazer os nossos prazeres pessoais, esquecendo do “uns aos outros” e correndo atrás do “EU”.

Corremos atrás de tantas coisas, de bens materiais, de conquistas acadêmicas, de reconhecimento profissional, de aprovação de pessoas. Desejamos ser mais do que os que nos rodeiam, ter o melhor celular, a melhor TV, a melhor casa, a melhor família. Isso por sermos movidos pela presunção e inveja, pois o mundo nos provoca a isso!

Provocados a ser mais do que somos, ter mais do que temos, nossas orações, nossos pedidos a Deus são desejos invejosos.

O texto bíblico diz: não recebem porque não pedem, quando pedem não recebem pois, o fazem por motivos errados, para gastar com seus prazeres egoístas.

Diante de Deus não há como esconder quem de fato somos, o que de fato está dentro de nós. Perante os outros nós até tentamos, mas diante de Deus isso não é possível. Então, seja sincero e verdadeiro ao confessar os interesses invejosos do seu coração, as vontades e necessidades fúteis que esse coração cria, a necessidade de ter o que o outro tem, a vontade de provocar o próximo para deixá-lo mal com aquilo que você possui.

Seja sincero diante de Deus e confesse: confesse as vezes que você comparou seu filho com outras crianças diminuindo quem seu filho é; confesse as vezes que você olhou para outro casal invejando o relacionamento dele, o casamento dele, as conquistas dele;

Confesse as vezes que você olhou para o seu amigo com vontade de ter mais do que ele, com o desejo de ser superior a ele, comparando-se e competindo. Confesse que esse coração é pecador e precisa de restauração e renovo, pois sem a graça de Deus estamos perdidos.

A inveja nos come por dentro, vai consumindo nossa alegria, nos tira o sorriso do rosto, nos impede de agradecer por cada detalhe que Deus nos presenteou.

Ao confessar somos libertos, e não quer dizer que não faremos mais, mas quer dizer que sempre confessaremos e entregaremos a Deus, aprendendo a ser verdadeiros diante do nosso Pai, e sendo transformados dia a dia pela ação do Santo Espírito em nós.

 

Perguntas para a Edificação:

  1. Relendo o texto bíblico com qual aspecto você mais se identificou e por quê? (Gl 5.26 e Tg 4.1-3)
  2. Você consegue perceber qual o motivo das brigas que há nos seus relacionamentos de forma sincera?
  3. O que Deus te incomodou com essa Palavra e o que você deseja entregar como confissão diante dele?