Compartilhe!!!


“Uns aos Outros”

Competição

Quem gosta de perder? Quem gosta de ganhar? Quem sente prazer quando é bom em alguma coisa? Quem sente alegria/prazer quando outra pessoa é melhor?

E quando você está num embate e percebe que o outro está ganhando, quem fica tranquilo em relação a isso?

Nós somos motivados a competir desde crianças e quando digo competir, não se refere só ao esporte. Aprendemos a competir para ver que tem a roupa mais bonita, a bicicleta mais nova, quem é melhor aluno na escola, quem tem mais popularidade, daí por diante.

Isso não termina na infância, com a juventude vem a escolha da faculdade, depois emprego e as comparações são grandes. Na fase adulta começamos a competir no trabalho, competir com os amigos para ver quem tem o melhor carro, o melhor salário, quem viaja mais e daí por diante.

Por mais que a maioria de nós diga “não eu não faço isso”, na verdade, estamos apenas nos engando, pois, a comparação e a competição nos acompanham e precisamos nos libertar disso em algumas áreas bem específicas da nossa vida.

 

A competição nos relacionamentos

Uma dessas áreas em que a competição pode ser extremamente prejudicial e destrutiva é dentro dos relacionamentos. É comum vermos irmãos competindo para mostrar-se melhor ou superior ao outro; noras e genros tentando conquistar o espaço na família competindo entre si e se comparando para mostrar-se melhor; primos sendo comparados para ver quem deu certo na vida e quem ficou pra trás; casais competindo um com o outro para provar quem está certo e tem razão.

Que triste quando nossos relacionamentos entram nessa armadilha da competição e comparação. Quando assim fazemos, estamos constantemente precisando diminuir um para que o outro apareça. É nítido que isso afeta todas as famílias de alguma forma, porém, muitas vezes é sorrateiro e disfarçado, não percebemos a destruição que essa nossa postura gera nos relacionamentos.

A comparação e a competitividade constantes nos relacionamentos geram relações doentias, destrutivas, matando  relacionamentos, destruindo famílias, pessoas, amizades...

E por mais óbvio que isso pareça, nós precisamos encarar que isso não é bíblico, pois na verdade a Palavra de Deus nos instrui a uma postura contrária.

Leitura Bíblica:

“O amor deve ser sincero. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom. Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a vocês”. Romanos 12. 9-10

Um amor sincero é aquele que aprende a olhar para o outro não como alguém que está debaixo de mim, mas sim ao meu lado de igual para igual. Além disso, é o amor que nos ensina a nos dedicar ao outro. Quando o amor é sincero ele não precisa se esconder atras de máscara, nem mesmo pisar em ovos, quando há sinceridade nos relacionamentos e essa sinceridade vem através do amor, somos nutridos por relacionamentos prazerosos e saudáveis.

Olha que interessante, temos ouvido slogan do tipo: “pense em você, faça o que te faz feliz, se importe com o que seu coração deseja, se importe mais com você”. Expressões como: “permita-se”, “ouse”, “seja a melhor versão de você”.

Frases que nos ensinam a olhar para o próprio ‘umbigo’ e desconsiderar o outro. Nossa sociedade, as propagandas, os filmes, as novelas, o mundo em geral, tem falado que o que importa é a opinião do indivíduo, o sentimento da pessoa. Com isso, se sobrar tempo e força, então, olhamos para o outro.

Uns aos Outros

Apenas para termos uma noção, a expressão “uns aos outros” aparece cerca de 365 vezes na bíblia e só no Novo Testamento cerca de 60 vezes. Por que isso é relevante? Porque com isso percebemos o quanto os textos bíblicos falam da nossa ação de forma conjunta, em contradição com isso, com essa expressão, está o nosso mundo dizendo que devemos olhar e agir a partir de nós mesmos.

Enquanto a palavra de Deus diz: ‘Olhe para o outro, seja sincero com o outro em amor, dedique-se ao outro’; o mundo diz: ‘olhe para você, pense em você, preocupe-se com você’.

Quando Paulo instrui os Romanos a dedicar-se ao outro, ele não diz, primeiro dedique-se a você e se sobrar tempo e recursos você olha para o outro. Não! Ele diz: dediquem-se uns aos outros, ou seja, um cuida do outro e assim todos serão cuidados.

No versículo 10 vemos uma inversão de conceitos que nosso mundo não entende: “Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios”. Romanos 12:10

Dar mais honra ao outro do que a mim mesmo, como isso é possível se aprendo desde criança que preciso ser melhor que o outro? Se todos dizem que preciso me esforçar para superar as demais pessoas que concorrem comigo no mercado de trabalho, na faculdade e na vida como um todo? Como dar mais honra ao meu esposo ou minha esposa se ele me irrita muitas vezes e não faz o que ‘eu’ desejo ou julgo correto?

Como me dedicar aos meus relacionamentos e deixar as minhas vontades, os meus prazeres de lado para dar honra ao outro?

Para o mundo de hoje isso foge da lógica!

E como esses conceitos, que vão contra a bíblia se enraízam em nossas vidas de tal forma que perdemos a dimensão do que é vontade de Deus para nós.

  • Casais competem entre si para verem que tem o melhor salário, quem cuida melhor dos filhos, quem administra melhor suas finanças;
  • Cônjuges competem sobre qual família é melhor, competem sobre os amigos, competem para saber quem tem os melhores argumentos, competem para estar sempre certos;
  • Muitos casais vivem competindo para ter razão e com isso destroem seus casamentos, destroem os relacionamentos com os filhos, tudo para estar certo, para sair por cima, para ganhar;

Dedicar-se ao outro com amor? Ser sincero e admitir minhas falhas? Dar mais honra ao outro?

  • Quem vive isso?

Quem tem prazer em ver o outro bem? Quem consegue verdadeiramente se alegrar com a conquista do outro? Quem consegue olhar para o outro e parabenizar ele por suas conquistas e acertos?

Nós preferimos achar defeitos nas conquistas do outro, julgá-los por elas, diminui-las e para quê? Para massagear o nosso ego que insistentemente precisa estar por cima!

Que grande desafio é voltarmos para a Bíblia e ter ela como regra para nossa vida, como direção para os nossos dias.  A grande questão é que isso não deveria ser surpresa nenhuma para nós, afinal qual o maior mandamento?

"Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? " Respondeu Jesus: " ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Mateus 22:36-39

Amar uns aos outros é dedicar-se ao outro mais do que a você, importar-se com o outro mais do que com seus prazeres e vontades, mas também não é ser anulado, e sim firmado em sua identidade com Cristo. Quando amamos uns outros a necessidade de competir, se comparar, de sair ganhando de toda e qualquer discussão fica de lado.

E só podemos amar o outro quando amamos a Deus em primeiro lugar. O amor sincero que é capaz de dar mais honra ao outro do que a si, só é possível quando Deus ocupa o centro da minha vida, afinal ele é amor e ele me ensina a amar de forma verdadeira.

Essas competições e comparações estão nos destruindo, destruindo nossos relacionamentos, nossas famílias. Pais parem de comparar seus filhos, avós parem de comparar seus netos, casais parem de comparar seus casamentos, irmão parem de competir para ver quem deu certo na vida, alcançou o ‘sucesso’ ou algo do tipo.

Amigos aprendam a se alegrar com a conquista do outro, casais honrem seu cônjuge, dê mais honra a outro pois só assim vocês viverão o amor, maridos amem suas esposas como Cristo amou a igreja dando a vida por ela, mulheres honrem seus maridos se colocando ao lado deles, não embaixo nem em cima, mas ao lado.

E toda vez que a tentação de competirmos em nossos relacionamentos vier, que possamos nos calar e permitir que o outro vença, permitir uma conversa saudável. Não precisamos destruir e diminuir o outro para termos valor, pois nosso valor está em Cristo!

O nosso exemplo de doar-se e dedicar-se ao outro com amor sincero é Jesus, ele é o parâmetro, pois ele foi para a cruz exclusivamente por amor ao outro.Ele não precisava de remissão de pecados nem salvação, mas todos nós sim.

Não se tratava de competição para Jesus, ele perdeu todas. Perdeu de Judas, dos soldados, de Pilatos, de Herodes, de Barrabás, perdeu para multidão que pedia a crucificação. Pro mundo, é tolice, para Deus é amor!

Esse é o parâmetro para os nossos relacionamentos: Jesus Cristo e seu amor revelado na cruz!

 

Perguntas para a Discussão: 

1 Como você é em relação a competição e comparação nos seus relacionamentos? 

2 Qual dificuldade você encara nos seus relacionamentos hoje?

3 O que você se propõe a fazer diferente?